Por regi�o metropolitana do Pa�s, com 39 munic�pios, S�o Paulo concentra a maior parte dos domic�lios particulares ocupados em aglomerados subnormais (596.479, ou 18,9% do total), onde moram 2.162.362 pessoas (17%).
Dois ter�os (66%) dessas constru��es � margem da cidade legal ficam na capital, seguida de Guarulhos (10,7% dos domic�lios), Santo Andr� e S�o Bernardo do Campo (8% das resid�ncias) e Osasco (3,9%). Seu padr�o de ocupa��o � basicamente perif�rico, embora haja, na regi�o central paulistana, "pequenas �reas dispersas" de ocupa��o prec�ria/informal, demonstra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) na pesquisa Aglomerados Subnormais - Informa��es Territoriais, com base em n�meros do Censo 2010, divulgada nesta quarta-feira, 6.
"S�o Paulo teve ocupa��o pelos aglomerados mais na periferia do que salpicada em seu tecido urbano", explicou Maur�cio Gon�alves da Silva, pesquisador da Coordena��o de Geografia do IBGE.
Pesquisadores do IBGE dividiram a �rea em quatro grandes peda�os, todos partindo da capital e avan�ando na dire��o dos munic�pios da periferia paulistana, para analisar como o fen�meno dos aglomerados subnormais em S�o Paulo. A reflex�o parte do hist�rico da ocupa��o o territ�rio paulista, desde a chegada dos primeiros colonizadores a se estabelecer o que viria a ser a capital at� a expans�o industrial no s�culo XX.
A primeira regi�o identificada pelo estudo, ligada aos primeiros ocupantes, fica no Centro paulistano, onde se concentram os distritos com maiores densidades de domic�lios em setores censit�rios de aglomerados subnormais da Regi�o Metropolitana de S�o Paulo. S�o �reas de pequeno porte e densamente ocupadas (em m�dia, 300 domic�lios por hectare), a maioria sem espa�amento entre si e com dois ou mais pavimentos (� exce��o das Vilas Mariana e Guilherme, onde predominam constru��es de apenas um andar). A ocupa��o � mais antiga, e a popula��o tem maior poder aquisitivo, estando distribu�da por Vila Mariana, Bel�m, Vila Guilherme, Ipiranga, Bom Retiro, Pari e Sa�de.
Foi o movimento da industrializa��o brasileira no p�s-guerra que levou f�bricas e popula��o para as �reas mais distantes do Centro de S�o Paulo, conformando o padr�o perif�rico da localiza��o dos aglomerados subnormais na RM paulista, segundo o IBGE. A instala��o de ind�stria pesada e de transforma��o, que passou a marcar fortemente a economia paulista a partir do meio do S�culo XX, expandiu a ocupa��o humana nas dire��es leste, sul e oeste.
A partir do leste da capital, projeta-se a segunda �rea identificada pela pesquisa, que inclui Guarulhos e Itaquaquecetuba. Est�o l� aglomerados subnormais em Roland Bergan, Santa Luzia, Pantanal 2, Uni�o de Vila Nova, Nossa Senhora Aparecida, Pantanal, Safira e Jardim Pantanal. Perto dali, est� a �rea cont�gua formada por Vila Itaim, Gr�o Mogol e N�cleo Jardim Guaracy.
"O Levantamento de Informa��es Territoriais - LIT revelou que essas �reas eram caracterizadas por forte predom�nio de topografia plana e de ruas como vias de circula��o, em que os padr�es urban�sticos predominantes revelavam porcentual consider�vel de regularidade dos lotes e nas vias de circula��o. A densidade das habita��es era caracterizada pelo predom�nio de nenhum espa�amento entre os domic�lios e por uma maior tend�ncia � verticaliza��o", aponta o IBGE no levantamento divulgado hoje.
J� em Guarulhos, os aglomerados subnormais se distribu�am pelos dois distritos do munic�pio. No Distrito de Guarulhos, ficam �reas maiores: Vila Oper�ria, Novo Recreio, Parque Primavera I, N�cleo Santos Dumont e Jardim Santa Rita II. As �reas de aglomerados eram menores no Distrito Jardim Presidente Dutra, embora se destacassem alguns de maior porte, como Anita Garibaldi e Cidade Sat�lite I e II e o conjunto formado por Jardim Bonsucesso, Jardim das Pimentas e Parque Jandaia.
"Os dados coletados em Guarulhos indicaram baixos porcentuais de regularidade de arruamentos e de lotes, al�m de altos porcentuais de domic�lios com um pavimento, sem espa�amento entre si. Com rela��o � topografia, o Distrito de Jardim Presidente Dutra apresentou maiores porcentuais de �reas planas em rela��o ao outro distrito. Com rela��o � acessibilidade, observou-se que os aglomerados subnormais de Guarulhos em linhas gerais possu�am baixo predom�nio de ruas, estando no Distrito de Jardim Presidente Dutra os menores porcentuais de predom�nio desse tipo de via de circula��o interna", prossegue o texto.
Em Itaquaquecetuba, destacaram-se aglomerados de maior porte, como Terra Prometida e Jardim Cana�. � uma �rea caracterizada por aclive moderado, com domic�lios predominantemente de um pavimento, sem espa�amento entre si e com predomin�ncia de lotes regulares. Como vias de circula��o, predominam ruas.
A partir do sul da capital paulista, projeta-se a terceira regi�o dos aglomerados subnormais da Regi�o Metropolitana do Estado, que avan�a para Diadema, S�o Bernardo do Campo, Santo Andr� e Mau�. No sul paulistano, o destaque � para o aglomerado subnormal Cantinho do C�u, que se divide em v�rias partes numeradas diferentemente.
"Cantinho do C�u I, por exemplo, apresentou predominantemente domic�lios de um pavimento, sem espa�amento entre si, acess�veis por ruas e becos, e regularidade de lotes e ruas na menor parte dos setores. Sua localiza��o predominantemente � �s margens da represa de Guarapiranga", diz o estudo.
Nos demais munic�pios da unidade, o padr�o de distribui��o dos aglomerados subnormais � diferente. Diadema, por exemplo, � marcada por �reas de menor porte espalhadas pelo munic�pio. J� em S�o Bernardo do Campo e Santo Andr�, os aglomerados se concentravam em distritos ao norte e possu�am como "caracter�stica comum a exist�ncia de contiguidade de aglomerados subnormais", assim como em Mau�.
A quarta �rea identificada pelo IBGE parte do oeste do Centro paulistano e avan�a em dire��o a Osasco, Carapicu�ba e Tabo�o da Serra. O predom�nio nessas �reas � de setores subnormais de menor porte, apesar do tamanho de alguns (como Parais�polis, na capital). A predomin�ncia � de aclive moderado ou acentuado e domic�lios sem espa�amento entre si, � exce��o dos localizados em Tabo�o da Serra.
O IBGE tamb�m constatou em seu estudo que a Regi�o Metropolitana da S�o Paulo concentrava a maior quantidade de domic�lios de aglomerados subnormais localizados predominantemente em aterros sanit�rios, lix�es e outras �reas contaminadas (1.984); de habita��es perto de gasodutos, oleodutos (2.282); e de linhas de transmiss�o (10.816).
"A ocupa��o permanente tamb�m � proibida em �reas de preserva��o ambiental, devido a seus impactos negativos sobre o meio ambiente. Esse � o caso das ocupa��es em Unidades de Conserva��o. A Regi�o Metropolitana de S�o Paulo se destaca como o local que possu�a o maior quantitativo de domic�lios em �reas predominantemente nesse tipo de s�tio", afirma o texto.