Marcha celebra Zumbi e denuncia morte de negros

Sob sol de 33°C, 1.500 pessoas, segundo a Pol�cia Militar, participaram nesta quarta-feira, 20, da Marcha da Consci�ncia Negra, em homenagem � mem�ria de Zumbi e Dandara, l�deres do Quilombo dos Palmares, em S�o Paulo. O evento fez parte das celebra��es do Dia da Consci�ncia Negra, comemorado nesta quarta-feira.

A passeata partiu �s 15 horas da Avenida Paulista e seguiu at� o Theatro Municipal, no centro, onde foi encerrada perto das 17h. Participaram do evento sindicatos e movimentos sociais, al�m dos coletivos que sa�ram �s ruas nas jornadas de junho. Foi a 10ª marcha na cidade, que este ano teve como tema “A Juventude negra quer viver”, em rela��o �s mortes de negros e pardos nas periferias. Estudo do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada, a partir de informa��es sobre mortalidade do Censo 2012, apresentado na ter�a-feira, mostrou que a taxa de mortes violentas entre os negros � de 36 mortes por 100 mil. Entre os n�o negros, a taxa cai para 15,2.

Antes de a passeata partir, houve uma s�rie de discursos de lideran�as do movimento negro paulista e de pol�ticos, como o secret�rio de Promo��o da Igualdade Racial, Netinho de Paula. Dois carros de som puxaram a passeata. Sobre um deles, havia uma banda com viol�o, baixo e bateria que tocaram m�sicas de hip-hop, como O Homem na Estrada, dos Racionais MCs. Nos cartazes, os manifestantes protestavam contra o “genoc�dio dos negros na periferia”, entre outras frases.

No come�o do protesto, cerca de 150 policiais acompanharam os manifestantes em duas filas indianas, o que irritou os l�deres da passeata. Do carro de som, eles disseram que n�o seguiriam a marcha enquanto a PM n�o deixasse a rua livre. “J� n�o bastam as opera��es satura��o e as reintegra��es de posse feitas rotineiramente nas periferias”, discursou um dos manifestantes. “Precisamos ser policiados tamb�m no manifesto do Dia da Consci�ncia Negra.” Depois de negocia��o entre manifestantes e os oficiais, os PMs ficaram para tr�s e a marcha seguiu pacificamente. Tamb�m participaram do evento integrantes da bateria da Vai-Vai, baianas de escolas de samba e passistas.

Parque
Nesta quarta tamb�m, um outro protesto em S�o Paulo, derrubou parte de um muro constru�do h� tr�s dias em uma das laterais do terreno do Parque Augusta, na regi�o central. Quinze integrantes de movimentos contr�rios � constru��o de pr�dios no local participaram do ato.

Localizado entre as Ruas Augusta, Caio Padro e Marqu�s de Paranagu�, o im�vel, de 25 mil m², foi vendido neste m�s para as construtoras Cyrela e Setin. “Esse muro � a primeira medida para cercar o parque e impedir o acesso da popula��o. Tentamos um acordo por meio do di�logo, mas n�o estamos sendo ouvidos”, disse um dos manifestantes, que n�o quis se identificar. Ap�s o ato, os manifestantes deixaram o local. A PM foi chamada, mas o respons�vel pelo estacionamento que funciona no terreno n�o quis prestar queixa. Cyrela e Setin n�o comentaram.