Um dos cart�es-postais mais cariocas, a Praia do Arpoador, em Ipanema, zona sul da cidade, foi palco hoje (30) de manifesta��es art�sticas para denunciar a viol�ncia policial e refletir sobre as rela��es humanas. Em uma das performances, 100 quilos de beterraba desidratada foram despejados na praia e coloriram o mar de vermelho em refer�ncia � "falta de amor". A interven��o fez parte projeto Somos Todos Amarildo e de mais uma edi��o do Alala�, iniciativa que tradicionalmente faz interven��es art�sticas no Arpoador. A atividade de hoje reuniu onze artistas no fim da tarde. Ao som de marchinhas que se consolidaram nas manifesta��es de julho, Ronald Duarte espalhou com ajuda de volunt�rios a beterraba desidratada na praia, para cobrar mais amor nas rela��es humanas. %u201C� o que a gente mais precisa contra toda a viol�ncia que estamos vendo a�", disse. Em seguida, um grupo que vestia %u201Cblockini%u201D, um esp�cie de roupa de banho que tampa completamente o rosto, mas deixa partes do corpo a mostra, tomou um banho no mar vermelho, mesmo sob chuva. As pe�as s�o de autoria da artista pl�stica Celina Portella, que pretendia estimular a reflex�o sobre identidade e sexualidade. %u201CO que significa cobrir o rosto em um determinado contexto? Ser do Black Block ou de uma religi�o?%u201D, provocou. Para lembrar as dez v�timas de uma interven��o policial no Complexo da Mar�, em junho, a artista Laura Taves espalhou placas com os n�meros de mortos por auto de resist�ncia (morte em confronto com a pol�cia) no estado nos anos de 2003 e 2013, 1.195 e 9.907, respectivamente. A proposta era questionar assassinatos cometidos por policiais. %u201CO auto de resist�ncia � um nome que a PM [Pol�cia Militar] deu para mascarar as execu��es cometidas por policiais%u201D, disse. %u201CFoi criada na �poca da ditadura para justificar mortes sem leg�tima defesa das v�timas, como tiros pelas costas%u201D. J� um grupo de artistas representado por Joana Cseko fez lambe-lambes gigantes com imagens de pessoas desaparecidas. Batizada de Desaparecidos da Democracia no Rio de Janeiro, a instala��o escolheu casos que t�m em comum o envolvimento da PM. No caso famoso mais recente, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, sumiu depois de prestar depoimento em uma Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) na Rocinha e policiais s�o acusados de terem torturado o ajudante de pedreiro at� a morte. Os PMS aguardam presos o julgamento. Para lembrar o caso Amarildo, foram distribu�das m�scaras com o rosto do pedreiro.