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Estado de Minas

Morre em Recife o cantor Reginaldo Rossi

Pernambucano teve fal�ncia m�ltipla de �rg�os, �s 9h40 desta sexta-feira


20/12/2013 11:38 - atualizado 20/12/2013 14:52

(foto: Cec�lia S� Pereira/DP/D. A Press)

Nenhuma met�fora de bar, tristeza ou desilus�o conseguir� traduzir, nesta sexta-feira, �s 9h40, a dor da partida do Rei do Brega, o cantor Reginaldo Rossi. O artista pernambucano de 69 anos morreu depois de permanecer 23 dias internado no Hospital Memorial S�o Jos�, na Boa Vista, no Recife. Ele havia sido internado com dores no t�rax e nas costas, mas descobriu a exist�ncia de um tumor no pulm�o, enfrentou sess�es de quimioterapia, hemodi�lise e precisou de seda��o e ajuda de aparelhos para tratar a doen�a.

 
A informa��o foi confirmada pelo m�dico Murilo Guimar�es, pneumologista do cantor e compositor. Ele teve fal�ncia m�ltipla de �rg�os.

Reginaldo Rossi entra para a hist�ria da m�sica como uma das vozes mais rom�nticas do pa�s. Em mais de 50 anos de carreira, ele cantou os desencontros do sentimento humano, especialmente ilus�es, fetiches, dores e desamores comuns aos relacionamentos. Contempor�neo de uma gera��o tachada de brega por cantar can��es idolatradas pelo povo, ao lado de Odair Jos�, Amado Batista, Wando, Agnaldo Tim�teo, Fernando Mendes, entre outros, Rossi inverteu a l�gica do r�tulo e abriu espa�o para um g�nero musical marginalizado no Brasil.

O cantor reformulou o conceito de brega e, com m�sicas e declara��es, esfregou na cara da sociedade a incoer�ncia entre a cr�tica e a vida real. Democratizou os sentimentos, uniu pobres e ricos nas emo��es e na mesa do bar, universalizou a dor, o amor, o chifre e a alegria da roedeira ao p� de um gar�om, definido por ele como o confessor da humanidade, personagem inspira��o para o maior sucesso musical. “Quando o chifre d�i, o diploma cai da parede”, “N�o h� quem n�o bregue depois de tr�s doses” e “No mundo inteiro, � rom�ntico, mas, aqui, quem faz romantismo � brega” foram frases de uma filosofia levada adiante em mais de 300 composi��es gravadas ao longo da carreira.

Dono de uma uma cabeleira fora dos padr�es de beleza, de uns �culos escuros onipresentes, camisa sempre aberta no peito e uma voz inconfund�vel, Reginaldo fez sucesso incontest�vel para al�m das fronteiras do estado. Come�ou com o rock e o balan�o da Jovem Guarda no grupo Silver Jets. Depois, em carreira solo, enveredou pelas m�sicas rom�nticas. Dominou o Norte e o Nordeste. Com a can��o Gar�om, lan�ada em 1986, chegou ao restante do pa�s e se consolidou como artista nacional.

Reginaldo Rossi assumiu a condi��o de popular das m�sicas �s declara��es. Orgulhava-se de preferir os termos usuais para compor, em vez de se valer das palavras rebuscadas agrad�veis apenas � cr�tica. "Eu canto para o pov�o", mandou avisar por meio dos m�dicos, j� do leito do hospital. As letras sempre remeteram � simplicidade: a tristeza depois de ser deixado pela pessoa amada, os suspiros nas car�cias do casal, a trai��o, o bailinho, a aus�ncia e a canalhice. Vieram A raposa e as uvas, Mon amou meu bem ma femme, T� doid�o, Deixa de banca, Gar�on.

Com o microfone nas m�os, desferiu golpes duros no machismo, ao exigir igualdade amorosa para as mulheres, criticou a hipocrisia homof�bica, deu leveza ao chifre, calo social brasileiro muitas vezes combust�vel para atos de viol�ncia. “Por que o homem pode chifrar, chifrar, chifrar e a mulher n�o pode fazer nada?”. Rossi deu transpar�ncia ao sentimento.

O cantor havia se apresentado pela �ltima vez em Jo�o Pessoa, depois de enfrentar tr�s apresenta��es seguidas no Manhattan Caf�-Theatro, em Boa Viagem, no Recife. Estava com show marcado no rev�illon, no Pina, Zona Sul do Recife, cidade cujo hino informal � uma de suas composi��es mais adoradas: "Recife, a minha cidade, o meu lugar". Fumante inveterado de mais de dois ma�os de cigarro ao dia, consumidor de u�sque misturado com Coca-Cola e jogador contumaz de p�quer, Reginaldo deixa a esposa Celeide e o filho Roberto. Mais: deixa �rf�o uma legi�o de f�s acostumados a cantar, sorrir e chorar ao som de letras capazes de desvendar e espalhar cada retalho da alma humana.


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