
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assist�ncia T�cnicas e Extens�o Rural (Incaper) informou que as fortes chuvas que h� mais de uma semana atingem o estado j� s�o as maiores enfrentadas pelo estado, desde que come�aram as medi��es meteorol�gicas no estado, h� 90 anos.
Segundo o Incaper, o fen�meno � decorr�ncia de “um canal de umidade associado � presen�a de Zonas de Converg�ncia do Atl�ntico Sul (Zcas) que vem mantendo mantendo o tempo encoberto em todo o Estado”.
O instituto avalia que a chuva deve continuar ao longo desta ter�a-feira (24), em raz�o das condi��es de instabilidade. “Podem ocorrer volumes significativos nas regi�es sul, serrana, Grande Vit�ria, noroeste e em munic�pios do nordeste situados ao sul do Vale do Rio Doce”.
As informa��es indicam que j� foram registrados ac�mulos de chuva com volume superior a 700 mil�metros desde o in�cio do m�s de dezembro em alguns munic�pios do Estado. “O solo j� est� muito encharcado, e a continuidade da chuva s� agrava os impactos”, disse Hugo Ramos, meteorologista do Incaper.
Os estragos causados pela chuva j� s�o considerados maiores do que a trag�dia registrada na enchente de 1979, que afetou munic�pios de Minas Gerais e Esp�rito Santo localizados no Vale do Rio Doce.
Naquela �poca, quase 48 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Foram registradas 74 mortes. Houve 4.424 resid�ncias atingidas nos dois estados. A maior cheia da hist�ria do Rio Doce foi em 1997, quando o manancial ultrapassou a cota de 8,70 metros. Em Colatina, a cota de inunda��o do Rio Doce � 5,2 metros. “Em outras palavras, ao atingir este n�vel, o rio transborda e pode inundar v�rios pontos da cidade” disse Ramos.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil continua enviando alertas de risco de inunda��o e deslizamento de terra na Regi�o Serrana e alagamentos em Linhares e Colatina devido ao n�vel do Rio Doce estar acima da taxa de inunda��o. A avalia��o do Incaper � de que o Rio Doce deve ultrapassar 10 metros.
Diversas atividades agr�colas foram afetadas: cafezais, pastagens, hortali�as e frutas. No interior, mais de 200 pontes foram danificadas ou arrancadas pela for�a das �guas. Houve deslizamento de barreiras de terra e rompimento de dezenas de barragens. Estradas rurais est�o intransit�veis, e comprometem o escoamento da produ��o de alimentos. Mais de 100 mil litros de leite foram perdidos. O fornecimento de ra��o para a avicultura tamb�m foi afetado, principalmente no munic�pio de Santa Maria de Jetib�.
Com um total de 47 munic�pios afetados e com estado de emerg�ncia decretado, v�rios deles com dificuldade de acesso, �rg�os do governo do Esp�rito Santo, prefeituras municipais, defesas civis, Corpo de Bombeiros, Ex�rcito, For�a Nacional de Seguran�a e milhares de volunt�rios trabalham nas �reas afetadas para socorrer v�timas, retirar pessoas das �reas de risco, transportar e distribuir donativos.
“Fazemos um apelo neste momento. � importante lembrar sobre a necessidade de seguir as orienta��es do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Vidas precisam ser salvas”, disse Evair Vieira de Melo, diretor-presidente do Incaper.