Instituto Butantan entrega ao Minist�rio da Sa�de primeiro lote da vacina contra o HPV

O Instituto Butantan entregou nesta sexta-feira ao Minist�rio da Sa�de o primeiro lote da vacina contra o papiloma v�rus (HPV), que previne contra o c�ncer de colo de �tero. S�o 4 milh�es de doses que come�ar�o a ser distribu�dos gratuitamente pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) a partir de mar�o, informou o ministro Alexandre Padilha. O objetivo � vacinar este ano cerca de 5 milh�es de meninas entre 11 e 13 anos de idade. Caber� a cada munic�pio definir a sua estrat�gia de vacina��o.

“Essa � a recomenda��o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) [vacinar adolescentes maiores de 11 anos]. Ela demonstrou que, neste p�blico, a vacina tem um efeito bastante protetor, n�o s� para as meninas, mas tamb�m para os homens, porque reduz o n�mero de mulheres com HPV. Como � um v�rus transmitido sexualmente, ao reduzi-lo entre as mulheres, al�m de proteg�-las, tamb�m reduz-se a transmiss�o para os homens”, disse Padilha, ap�s participar de evento nesta tarde, no Instituto Butantan.

A vacina � resultado de uma parceria entre o Instituto Butantan e o laborat�rio Merck Sharp & Dohme (MSD), atual produtor da vacina, que vai transferir a tecnologia para a produ��o nacional. O Minist�rio da Sa�de investiu R$ 465 milh�es na compra de 15 milh�es de doses para este ano, quantidade suficiente para imunizar 5 milh�es de pr�-adolescentes.

A vacina que ser� distribu�da na rede p�blica de sa�de � a quadrivalente. Segundo o laborat�rio MSD, ela previne contra quatro tipos de HPV, dos tipos 6 e 11, respons�veis por verrugas genitais, e dos tipos 16 e 18, que podem causar les�es pr�-cancerosas e c�nceres de colo do �tero, vagina, vulva e �nus. Os quatro tipos respondem por 70% dos casos de c�ncer de colo de �tero em mulheres.

De acordo com o minist�rio, o c�ncer de colo de �tero � o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, superado apenas pelo c�ncer de mama. Em 2011, 5.160 mulheres morreram em decorr�ncia da doen�a no Brasil.

Para estar imunizada contra o HPV, cada menina receber� tr�s doses da vacina: a segunda dose deve ocorrer dois meses ap�s a primeira. E a terceira, seis meses depois. Durante cinco anos, o minist�rio vai investir R$ 1,1 bilh�o na compra de 36 milh�es de doses da vacina e, a partir da�, ela passar� a ser produzida pelo Butantan.

“Ao mesmo tempo que trouxemos as vacinas prontas, j� come�amos a treinar como manipular as vacinas e os controles de qualidade e demais etapas. Iremos do fim para o come�o, fazendo o envase, a formula��o, a reconstitui��o de v�rus e depois as fermenta��es. Acreditamos que, em cinco anos, consigamos dominar o processo”, explicou o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil. Um laborat�rio ser� constru�do em uma �rea do instituto para comportar a produ��o da vacina.

Segundo o minist�rio, a parceria e o acordo de transfer�ncia de tecnologia entre os dois laborat�rios possibilitaram uma economia de R$ 78 milh�es na compra da vacina este ano. Cada dose custar� R$ 30. “Hoje, uma fam�lia que for pagar pela vacina vai desembolsar R$ 1 mil pelas tr�s doses. Com a incorpora��o pelo Minist�rio da Sa�de, a vacina passar� a ser distribu�da de gra�a para essa faixa et�ria, que � recomendada pela Organiza��o Mundial da Sa�de”, disse Padilha.

Com a parceria, o faturamento do Instituto Butantan triplicar� em cinco anos, passando dos R$ 348 milh�es em 2013 para R$ 1,1 bilh�o em 2018. No pr�ximo ano, a vacina tamb�m dever� ser ofertada a meninas de 9 anos e 10 anos.