A Pol�cia Civil investiga se dois homens baleados e internados em hospitais de Campinas s�o sobreviventes das execu��es em s�rie que deixaram 12 mortos entre a noite de domingo, 12, e a madrugada de segunda-feira, 13, em uma mesma regi�o da periferia de Campinas. A principal suspeita � que a a��o envolva policiais militares que teriam agido em rea��o ao assassinato de um PM durante um roubo, horas antes, no mesmo bairro, por dois criminosos.
O delegado Devanir Dutra, da Delegacia de Homic�dios de Campinas, foi at� o Hospital das Cl�nicas da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) interrogar um homem de 22 anos que levou tr�s tiros disparados por dois homens em uma moto, em um bairro do Ouro Verde - onde ocorreram as chacinas.
"Precisamos saber a hora e os locais onde esses homens foram baleados para poder vincular ou n�o aos outros crimes", afirmou Sato. A outra v�tima tamb�m foi baleada na mesma madrugada, em um bairro do Ouro Verde, tem 24 anos e est� gravemente ferida, sem condi��es de dar depoimentos. Os nomes dos supostos sobreviventes n�o tiveram os nomes inclu�dos no boletim de ocorr�ncia das mortes.
Tanto os sobreviventes, como os guardas - primeiros a chegarem aos locais - s�o pe�as fundamentais nas investiga��es para apurar o elo entre as mortes, os baleados e o latroc�nio do policial militar Arides Luis dos Santos, de 44 anos, morto com um tiro na cabe�a, em um posto do bairro, depois que tentou desarmar um dos criminosos, horas antes da chacina.
Os assassinatos, com cinco locais distintos de uma mesma regi�o, ocorreram em um prazo de quatro horas. Pelas declara��es feitas por parentes e vizinhos � imprensa, os homens usavam toca ninja e vestiam coletes parecidos com os da pol�cia. Em mais de um dos locais de execu��o, eles ainda pediram para que crian�as, mulheres e vizinhos que n�o eram alvo sa�ssem do local, antes de come�ar a atirar.
Foram encontradas 53 c�psulas de pistola 9 mm e rev�lver calibre 380 nos cinco pontos onde as v�timas foram assassinadas. Os tiros atingiram os mortos na cabe�a e no t�rax, alguns com at� cinco perfura��es. Todos os pontos eram locais de venda de drogas e metade dos mortos tinha passagem pela pol�cia.
A Pol�cia Civil tamb�m aguarda a lista dos policiais que estavam trabalhando e os que estavam de folga naquela madrugada. "A maioria absoluta das pessoas com que falei n�o teve d�vidas em afirmar que os assassinos usavam roupa de policial. Por isso vamos acompanhar para que n�o haja corporativismo", afirmou o novo ouvidor das pol�cias do Estado, Julio Cesar Neves.
Manifesta��o
No come�o da tarde desta quarta, cerca de 50 pessoas fizeram uma passeata em protesto aos assassinatos na regi�o do Ouro Verde. Com cartazes pedindo justi�a e com os dizeres "injusticeiros", o grupo saiu do terminal de �nibus Vida Nova, bairro onde cinco das v�timas foram mortas, e seguiu at� o terminal Ouro Verde. O protesto foi acompanhado por homens da Pol�cia Militar e da Guarda Municipal de Campinas, que tiveram que intervir quando alguns deles jogaram pedras nas ruas. O ato terminou sem mais confus�es.