Rio, 07 - Somente depois de 16 horas e meia de o cinegrafista Santiago Andrade ser atingido na cabe�a por um artefato ainda n�o identificado, agentes da 17� Delegacia de Pol�cia (DP), em S�o Crist�v�o, zona norte do Rio, e do esquadr�o antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fizeram a per�cia na cal�ada da Central do Brasil. O local fica na frente da sede da Secretaria de Estado de Seguran�a, do Comando Militar do Leste, da esta��o de trens Central do Brasil e ao lado de um quartel da Guarda Municipal.
A cal�ada fica na Avenida Presidente Vargas, uma das principais da cidade, onde a movimenta��o � intensa durante todo o dia. Ainda assim, o espa�o n�o foi isolado e pessoas desavisadas passavam por cima dos resqu�cios do acidente. Mesmo com uma po�a de sangue seco e ap�s a coloca��o de placas num�ricas para identifica��o dos fragmentos, os mais distra�dos s� se davam conta na base do grito: "N�o passa a�, estamos analisando as provas", diziam os policiais.
O delegado respons�vel pelo caso, Maur�cio Luciano de Almeida e Silva, solicitou � Rede Bandeirantes as imagens da c�mera que Andrade usava no momento que foi atingido. Silva tamb�m pedir� as imagens das c�meras de tr�nsito da regi�o e de um fot�grafo que registrou a pessoa que levava o artefato de costas. O delegado tamb�m quer colher o depoimento da jornalista que estava com Andrade e de outras pessoas que estavam no conflito.
Diversos v�deos na internet mostram o momento em o cinegrafista foi atingido pelas costas por um artefato que estava no ch�o, perto de uma �rvore a cerca de cinco metros de onde Andrade filmava o confronto entre policiais e manifestantes.
O chefe da Pol�cia Civil, Fernando Veloso, pediu que cinegrafistas e fot�grafos enviem as imagens para o delegado Maur�cio Luciano. O esquadr�o antibombas analisar� as imagens que mostram a dispers�o dos gases, a amplitude do clar�o e os fragmentos para definir o tipo de artefato.
Durante a per�cia, os policiais recolheram provas t�cnicas para estabelecer o local exato onde Andrade estava quando foi atingido e definir o trajeto percorrido pelo roj�o at� atingir o cinegrafista. "Vamos buscar todas as imagens que retratem o �ngulo onde o artefato estava e, a partir de ent�o, definir a localiza��o de manifestantes, policiais e mascarados".
As roupas que Andrade usava foram solicitadas para colher fragmentos do material e definir o tipo de artefato utilizado. O delegado Silva ainda vai ouvir pessoas que disseram que estavam no local, como o comandante do 4� Batalh�o de Pol�cia Militar, em S�o Crist�v�o, na zona norte, jornalistas, cinegrafistas e fot�grafos. A previs�o para conclus�o do laudo n�o foi informada.
Feridos e detidos
Andrade foi atingido na cabe�a, entre a orelha esquerda e a c�mera. Ele teve afundamento de cr�nio e um corte na orelha e permanece em estado grav�ssimo no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.
Al�m do cinegrafista, outras seis pessoas ficaram feridas durante o confronto, mas nenhuma com gravidade. Trinta e duas pessoas foram detidas e liberadas ap�s assinar um termo circunstanciado para responder em liberdade.