O governo federal tratou a morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade, de 49 anos, como “assassinato” e a presidente Dilma Rousseff ofereceu apoio da Pol�cia Federal nas investiga��es. Ap�s quatro dias internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), Santiago teve morte cerebral na manh� dessa segunda-feira, 10, no Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio. A morte repercutiu no Congresso, que tentar� igualar black blocs e terroristas.
Mesmo ap�s a neurocirurgia para estancar o sangramento e estabilizar a press�o intracraniana, Andrade ficou com mais de 90% do c�rebro sem irriga��o sangu�nea. A mulher dele, Arlita, esteve no hospital durante todo o dia, mas n�o falou com a imprensa. Na tarde de segunda-feira, a fam�lia doou os �rg�os, conforme pedido pr�vio do cinegrafista. Ainda n�o h� informa��es sobre vel�rio e a fam�lia informou que Andrade ser� cremado.
Durante todo o dia, o clima na porta do hospital foi de como��o e tristeza. � noite, a emissora realizou uma missa na Igreja Santa Cec�lia, em Botafogo, em mem�ria do cinegrafista. Colegas da Band afirmaram que o clima na empresa era de tristeza e revolta. Amigo de Andrade desde que ele come�ou na emissora, em julho de 2004, um funcion�rio que preferiu n�o se identificar contou que o cinegrafista estava em outra cobertura e foi escalado para filmar a manifesta��o depois do seu hor�rio.
Emo��o
No Facebook, a filha do cinegrafista, a jornalista Vanessa Andrade, de 29 anos, escreveu uma declara��o emocionada pouco depois de saber sobre a morte do pai. Ela contou alguns momentos marcantes que viveu com Andrade, desde a inf�ncia at� a despedida.
“Esta noite (ontem) eu passei no hospital me despedindo. S� eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perd�o pelas minhas falhas e prometi seguir de cabe�a erguida e cuidar da minha m�e e de meus av�s”.
Em sua p�gina pessoal, ela recebeu o apoio e o carinho de amigos, familiares e at� desconhecidos. Nas redes sociais, o clima era de indigna��o e inconformismo pela morte do cinegrafista. Em entrevista � TV Globo, ap�s deixar o hospital no domingo � noite, Arlita afirmou que ao visitar o marido sentiu “que ele n�o estava nem mais l�”. Ela contou que, na quinta-feira � noite, ligou para o marido e foi atendida por outro cinegrafista que relatou a trag�dia. “Achei que n�o tinha entendido e falei: ele foi fazer alguma mat�ria sobre algu�m que levou uma bomba? A pessoa falou: ‘N�o, foi ele mesmo’”, relembrou.
Dilma
A presidente Dilma Rousseff determinou nesta segunda-feira � Pol�cia Federal que apoie as investiga��es para que as "puni��es cab�veis" sejam aplicadas aos culpados pela morte do cinegrafista. Por meio de sua conta no Twitter, ela comentou o epis�dio em uma s�rie de cinco posts. Em um deles, disse que o caso “revolta e entristece” o Pa�s. � noite, o ministro da Secretaria Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, tamb�m prestou “solidariedade � fam�lia desse nosso companheiro, que foi assassinado no Rio de Janeiro”. Ele acrescentou que o governo espera manifesta��es “maduras e pac�ficas” durante a Copa do Mundo.