"Tenho muita pena desses dois rapazes. Eles n�o tiveram amor". A frase da vi�va do cinegrafista Santiago Andrade, Arlita Andrade, surpreendeu a todos durante o vel�rio na manh� desta quinta-feira, 13, no Cemit�rio Memorial do Carmo, no Caju, na zona portu�ria do Rio. H� apenas cinco dias, ela perdeu o marido, v�tima de um roj�o na cabe�a enquanto cobria uma manifesta��o contra o aumento das passagens de �nibus na cidade.
Dezoito anos mais velha que o marido, ela lembrou a hist�ria do casal e que foi auxiliar de c�mera de Andrade no in�cio da carreira. Apesar de gostar de coberturas inusitadas e de grande repercuss�o, Andrade se preocupava com a viol�ncia e a seguran�a contra sua equipe. "Eu falava: 'Poxa, amor, faz uma coisa mais leve.' Ele dizia, brincando: 'Eu gosto de tiro, porrada e bomba'. O sonho dele era ser rep�rter cinematogr�fico".
A filha de Andrade, a jornalista Vanessa Andrade, agradeceu aos presentes e afirmou que a morte do pai n�o ser� em v�o. "Vou exigir que a Band d� seguran�a (aos funcion�rios)". Muito serena, ela disse que "com certeza, meu pai est� muito feliz por ver todos juntos aqui".
A pedido dela, diversas pessoas vestiam camisas do Flamengo como �ltima homenagem ao cinegrafista. Arlita acrescentou os dizeres "Santiago, sempre te amarei", nas costas. Colegas da Band e de outras emissoras vestiram uma camisa com uma charge na frente: no c�u, com a roupa que vestia no dia em que foi atingido pelo roj�o (cal�a jeans e camisa vermelha), Andrade diz no desenho "Uau! Que �ngulo!". Nas costas, a frase "Poderia ter sido qualquer um de n�s".