Horas antes da manifesta��o de ontem, agentes do Departamento Estadual de Investiga��es Criminais (Deic) cumpriram mandados de busca e apreens�o na casa de tr�s suspeitos de participa��o em atos de vandalismo durante protestos em S�o Paulo. A a��o fazia parte da estrat�gia tra�ada pela pol�cia para tentar esvaziar o movimento. � tarde, 20 dos 40 suspeitos que haviam sido intimados pelo Deic para depor durante o protesto foram ouvidos na sede do departamento na zona norte de S�o Paulo.
Os depoimentos come�aram por volta das 16 horas. O diretor do Deic, delegado Wagner Giudice, disse que a decis�o de convocar os depoimentos durante a manifesta��o tamb�m fazia parte da estrat�gia de conter o protesto, a exemplo do que ocorre na Inglaterra em dias de jogos de futebol. Essa estrat�gia, segundo a pol�cia, pode ser usada em novos protestos. "Vamos analisar ainda", disse Giudice.
O inqu�rito policial para investigar a atua��o dos black blocs foi iniciado em outubro de 2013. Segundo Giudice, quase 300 pessoas j� foram ouvidas. O objetivo do inqu�rito � identificar os organizadores dos atos de vandalismo em manifesta��es, que devem, segundo a pol�cia, ser indiciados por forma��o de quadrilha e associa��o para o crime.
Advogados ligados a movimentos sociais e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil de S�o Paulo (OAB-SP) acompanharam os depoimentos. O vendedor Edson Silva Santos, de 39 anos, disse que n�o frequenta manifesta��es. "N�o sei por que me chamaram", disse. O estudante de Turismo Anderson Alves, de 23 anos, foi outro convocado. Ele negou pertencer aos black blocs, mas acredita que tenha sido intimado porque gravou um v�deo dos protestos para um trabalho da faculdade. "Eu coloquei no Facebook."
Buscas
Pela manh�, o Deic apreendera cinco computadores, faixas de protesto, sprays de tinta, m�scaras, entre outros itens usados em protestos. Foi uma a��o preventiva. "Pela primeira vez, cumprimos mandados de busca e apreens�o tendo em vista as manifesta��es de hoje. Sabemos que alguns desses manifestantes tinham cometido crimes", afirmou Giudice.
O material estava na casa de manifestantes no Jardim D'Abril, em Osasco, no bairro de Laranjeiras, na zona leste de S�o Paulo, e na Cohab 2, em Itaquera, tamb�m na zona leste. Ningu�m foi detido. Entre os itens, estavam crach�s de imprensa para acesso � Assembleia Legislativa. Segundo o Deic, os crach�s eram usados para disfar�ar os black blocs.
Giudice disse que os computadores apreendidos ser�o examinados para mostrar como os black blocs se comunicavam. "Montamos um quebra-cabe�a para saber quem organiza o quebra-quebra. Vamos analisar como se comportam pela internet, como � feito o pacto de cometimento de crime. � como criminosos de banco, que conversam antes e se re�nem para cometer o crime."