O n�mero de detidos pela Pol�cia Militar nos protestos de rua na capital paulista neste ano j� supera o registrado em todas as manifesta��es de 2013. Dados obtidos pelo Estado com a Secretaria da Seguran�a P�blica (SSP) revelam que nos dois atos contra a Copa, realizados no dia 25 de janeiro e anteontem, 397 pessoas foram encaminhadas a delegacias para averigua��o ou acusadas de vandalismo - em todo o ano passado, foram 374 deten��es.
A SSP n�o informou em quantas manifesta��es essas pris�es ocorreram. Levantamento feito pelo Estado mostra que foram realizados ao menos 15 grandes atos na capital em 2013.
Os balan�os refletem a mudan�a de estrat�gia da PM, que tenta dispersar os protestos com pris�es antes de come�ar as depreda��es. S� no s�bado, foram 262 detidos.
Ontem, o comandante do policiamento na regi�o central da capital, coronel Celso Luiz Pinheiro, disse que a pol�cia come�ou as pris�es na Rua Xavier de Toledo, no centro, antes do quebra-quebra para se antecipar � a��o dos black blocs, e classificou a opera��o como “um sucesso”. O tumulto come�ou em seguida.
“Tivemos menos danos ao patrim�nio, menos policiais e menos civis feridos e menos confrontos”, disse Pinheiro sobre o cerco feito pela PM a um grupo de 150 pessoas, incluindo jornalistas, na estreia do pelot�o ninja - policiais especializados em artes marciais que aplicaram golpes em vez de dispararem balas de borracha. “A a��o (policial) foi no exato momento em que recebemos a informa��o do nosso servi�o de intelig�ncia de que haveria quebra da ordem”, afirmou o coronel.
Segundo a PM, cinco policiais, dois manifestantes e um jornalista ficaram feridos e ao menos duas ag�ncias banc�rias foram depredadas. A megaopera��o envolveu 2,3 mil policiais, n�mero superior aos 1,5 mil manifestantes calculados pela pol�cia. Apesar do aparato, nenhum dos detidos foi autuado em flagrante e todos foram liberados. No ano passado, foram 116 flagrantes, que resultaram em inqu�rito na Pol�cia Civil que j� ouviu quase 300 pessoas.
Provas
De acordo com Pinheiro, embora a PM tenha se antecipado “a uma iminente quebra da ordem” anteontem, foi poss�vel produzir provas contra os black blocs em v�deos feitos pela pr�pria corpora��o. O coronel pediu desculpas aos jornalistas que foram agredidos por policiais - ao menos seis chegaram a ser detidos e depois liberados - e disse que “excessos ser�o apurados” na corpora��o. “N�o compactuamos com desvios de conduta”, afirmou.
Para o presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Marcos da Costa, “pelo volume de pessoas detidas, e por ter profissionais da imprensa, parece claro ter havido um excesso de autoridade.”
“Tivemos a informa��o de que houve at� mesmo o cerceamento de advogados no acompanhamento de pessoas encaminhadas � delegacia. Verificaremos amanh� e, se houve, n�s vamos reagir � quebra de prerrogativas dos advogados”, disse Costa. A reclama��o foi feita pelo Coletivo Advogados Ativistas.