O caso do ator preso injustamente depois de ser acusado de roubo suscitou o debate sobre a rela��o entre a abordagem dos agentes da seguran�a p�blica e o preconceito racial. Depois de ficar 16 dias preso, Vin�cius Rom�o de Souza, de 26 anos, foi solto na manh� de ontem. O jovem foi detido no dia 10, acusado por uma mulher que havia sido assaltada momentos antes. Dias mais tarde, ela admitiu, em novo depoimento, que poderia ter se enganado ao reconhecer Vin�cius como o ladr�o que a assaltou, pois ele teria as mesmas caracter�sticas do bandido: negro com cabelo no estilo black power.
A decis�o de libertar o ator foi da 33ª Vara Criminal, ap�s o delegado titular da 25ª Delegacia Policial (Engenho Novo) do Rio, Niandro Lima, pedir um habeas corpus. Vin�cius estava detido em uma cadeia p�blica de S�o Gon�alo, na regi�o metropolitana da capital fluminense. A Corregedoria Interna da Pol�cia Civil (Coinpol) vai apurar se houve irregularidades na pris�o de Vin�cius Rom�o. Em uma nota burocr�tica, a corpora��o informou que uma investiga��o preliminar deve avaliar as condutas do policial civil Waldemiro Antunes de Freitas Junior, da 11ª DP (Rocinha), respons�vel pela abordagem do ator e pelo registro da ocorr�ncia, e do delegado de plant�o William Louren�o Bezerra, que fez o flagrante.
No dia 10, Vin�cius tinha acabado de deixar a loja em que trabalha quando foi abordado por dois policiais em uma rua do M�ier, na Zona Norte. O ator foi obrigado a se deitar de bru�os no ch�o e, em seguida, foi levado � 25ª DP. A pris�o do rapaz repercutiu na internet. Amigos chegaram a fazer campanha em redes sociais para exigir a liberta��o dele, alegando que o ator teria sido
Para Fabiano Monteiro, professor de antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador da organiza��o n�o governamental (ONG) Viva Rio, o fato de o jovem ser negro facilitou a neglig�ncia policial. “Tanto a Pol�cia Civil quanto a Militar fazem liga��o direta entre negritude e pobreza. Uma vez pobres, esses cidad�os seriam menos capazes de acionar seus direitos, como a corregedoria, a Justi�a ou mesmo a opini�o p�blica, e, portanto, esses agentes poderiam ser mais negligentes”, teoriza o pesquisador.