Estudo revela impacto do descarte de res�duos nas �guas

S�o Paulo, 27 - As ind�strias localizadas na regi�o metropolitana de S�o Paulo descartam ilegalmente, a cada hora, cerca de dez milh�es de litros de efluentes industriais em mananciais (rios e lagos) dos munic�pios paulistas, com graves preju�zos ao meio ambiente e � sa�de da popula��o, revela estudo da Funda��o Get�lio Vargas (FGV). Isso equivale a dizer que, todo dia, dois lagos do Parque do Ibirapuera cheios de res�duos industriais t�xicos s�o lan�ados ilegalmente na natureza, sem tratamento adequado. O preju�zo causado por esse lan�amento � compar�vel ao esgoto residencial n�o tratado gerado por 11,9 milh�es de habitantes.

O estudo, in�dito, foi realizado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura e Solu��es Ambientais, da FGV, coordenado por Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp e professor da funda��o. O levantamento foi apresentado nesta quinta-feira, 27, em semin�rio na FGV, que contou com a presen�a de v�rios especialistas e autoridades ligadas ao meio ambiente e empresas de saneamento.

Intitulado "Descarte ilegal de efluentes industriais na Regi�o Metropolitana da S�o Paulo", o estudo faz um amplo diagn�stico da situa��o nos 39 munic�pios da regi�o e prop�e solu��es para equacionar o problema, como fortalecimento da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb), respons�vel pela fiscaliza��o desse descarte ilegal, protocolo de coopera��o entre a entidade ambiental paulista e sociedade civil, cria��o de uma selo de lan�amento sustent�vel e atua��o mais ativa do Minist�rio P�blico estadual - entre outras medidas.

"� paradoxal que na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, onde o 'stress' h�drico � compar�vel � de algumas regi�es do sert�o nordestino, continuemos a poluir nossos mananciais com efluentes t�o perigosos. Esse descarte obriga as concession�rias de saneamento a captarem �gua a mais de 80 km da capital a custos elevad�ssimos. Equacionar essa quest�o certamente poderia reduzir o risco de desabastecimento de �gua na regi�o", afirmou o professor Gesner Oliveira.