H� tentativa, mas a fuga � 'zero', afirma Alckmin

S�o Paulo, 27 - O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quinta-feira, 28, que as pol�cias s�o preparadas e que n�o haver� mudan�as no trato com presos no Estado depois da divulga��o do relat�rio sobre os planos de resgate da c�pula do Primeiro Comando da Capital. �Tentativa (de fuga) sempre h�, e a pol�cia investiga, atua�, disse Alckmin.

O governador afirmou ter ferramentas para combater a a��o da quadrilha organizada, citando apenas o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) - quando o preso fica praticamente isolado durante todo o dia. �N�s temos tr�s pres�dios de seguran�a m�xima: Presidente Bernardes, Avar� e Taubat�. E temos o Regime Disciplinar Diferenciado. Agora, ainda � preciso ter autoriza��o da Justi�a para ter o preso em RDD, mas a pol�cia est� trabalhando firmemente nessas tentativas de fugas�, afirmou o governador.

�A pol�cia est� permanentemente combatendo o crime organizado. Sempre tem tentativa de fuga e, no sistema nosso de alta seguran�a, a fuga � zero�, repetiu Alckmin, na noite desta quinta, em evento na sede do Minist�rio P�blico Estadual (MPE), no centro da capital paulista.

O governador, entretanto, disse ser �lament�vel� a divulga��o do trabalho de intelig�ncia policial. �Sempre h� informa��es de tentativas de fuga. A pol�cia tem um sistema de acompanhamento muito acurado. Agora, � lament�vel, sim, que um processo que � sob segredo de Justi�a seja colocado na m�dia.�

Alckmin disse tamb�m que avaliaria o vazamento das informa��es. �� segredo de Justi�a que foi rompido�, afirmou.

A divulga��o do plano de fuga de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e de outros tr�s l�deres do PCC deixou descontentes integrantes do governo paulista.

Segundo o secret�rio da Seguran�a P�blica, Fernando Grella Vieira, uma investiga��o ser� aberta para verificar como teriam vazado as informa��es sobre a investiga��es. O objetivo, de acordo com ele, � verificar se houve quebra do sigilo funcional no caso.

Celular.

Al�m das investiga��es feitas pela pol�cia para conter os criminosos do PCC, o governo tamb�m aposta nos bloqueadores de sinal de telefonia celular recentemente instalados nos pres�dios do Estado.

Desde o dia 31 do m�s passado, por exemplo, a Penitenci�ria 2 de Presidente Venceslau recebeu novos bloqueadores de sinal de celular para impedir que os presos se comuniquem com comparsas em liberdade. Desde ent�o, a Secretaria da Administra��o Penitenci�ria (SAP) registrou quatro conversas mantidas pelos presos C�lio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Claudio Barbar� da Silva.

Ambos estavam entre os quatro presidi�rios que seriam resgatados em Presidente Venceslau. O teor das conversas est� no relat�rio feito pela intelig�ncia das Secretarias da Seguran�a P�blica e da Administra��o Penitenci�ria (SAP) e do Minist�rio P�blico Estadual (MPE).

Segundo a SAP, ap�s a instala��o dos bloqueadores de celulares nenhum preso foi flagrado fazendo liga��es telef�nicas. A secretaria n�o informou, por�m, se as conversas mencionadas no relat�rio eram fruto de escuta ambiental.

Falhas.

De acordo com um agente da intelig�ncia policial, nos primeiros dias deste m�s, testes feitos pela empresa respons�vel pela instala��o dos bloqueadores de celulares mostraram a exist�ncia de �reas em que o sinal ainda funcionava em Presidente Venceslau. A empresa prometeu fazer ajustes.

A instala��o dos bloqueadores de celulares foi uma das respostas do governo � a��o da fac��o mapeada por uma investiga��o feita pelo MPE durante tr�s anos que levou ao indiciamento em 2013 de 175 acusados de participa��o na organiza��o criminosa.

O governo pediu ent�o a interna��o no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de todos os acusados, mas a maioria dos pedidos foi negada pela Justi�a. No RDD o preso permanece isolado dos demais e tem direito a s� uma hora de banho de sol por dia.