Bras�lia, 06 - A quase tr�s meses da Copa do Mundo, o governo criou um grupo de trabalho para estabelecer procedimentos padr�es de seguran�a na cobertura jornal�stica de protestos de ruas. Uma pr�via desses procedimentos estar� numa cartilha que o Minist�rio da Justi�a prepara para distribui��o em todo Pa�s e nas aulas de um curso piloto oferecido aos profissionais do setor pela Academia da For�a Nacional, em Bras�lia. A forma de escolha dos jornalistas que devem participar do treinamento ainda est� sendo avaliada.
O Di�rio Oficial da Uni�o publicou nesta quinta-feira, 6, portaria da Secretaria Nacional de Seguran�a P�blica que estabelece que o grupo de trabalho ter� 90 dias para conclus�o de suas atividades, prazo que pode ser prorrogado por igual per�odo. A decis�o de criar o grupo e a cartilha foi tomada pelo governo depois da morte acidental do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, atingido por um roj�o lan�ado contra policiais por um manifestante, no dia 6 de fevereiro, no Rio de Janeiro.
Diante da viol�ncia generalizada nas ruas, o governo e entidades do setor afirmam que o debate sobre seguran�a dos jornalista n�o privilegia uma classe nem pretende ignorar as agress�es contra manifestantes. A secret�ria Nacional de Seguran�a P�blica, Regina Miki, explicou que o objetivo do governo � proteger o exerc�cio da pr�tica jornal�stica indispens�vel para democracia. "A seguran�a � um bem garantido pela Constitui��o para todos. O que estamos buscando � garantir que os profissionais da �rea desempenhem sua fun��o de maneira adequada", disse. "N�o � a busca da prote��o de uma pessoa f�sica, mas do coletivo, do direito � informa��o", completou.
Regina Miki citou como procedimentos que devem ser discutidos pelo grupo a identifica��o dos profissionais, a defini��o de locais de seguran�a e a prote��o por parte da pol�cia nas travessias de �reas de risco. Tamb�m ser�o discutidas as condi��es para o uso de coletes � prova de bala e capacetes. A instala��o do grupo foi definida num encontro no dia, 11 de fevereiro, do ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, com empres�rios da comunica��o, em Bras�lia. Durante o encontro com Cardozo, representantes da Associa��o Nacional de Jornais (ANJ) e da Associa��o Brasileira de Emissoras de R�dio e Televis�o (Abert) deixaram claro para o ministro, segundo os pr�prios relataram em entrevista, que o maior problema nos protestos era o despreparo da pr�pria pol�cia.
O grupo de trabalho ser� coordenado por Heloisa Helena Kuser, do Departamento da For�a Nacional de Seguran�a P�blica, e ser� integrado ainda por outros representantes do Minist�rio da Justi�a - Allan de Carvalho Silva (assessoria de comunica��o social), Andr� Fagundes Mendes (Coordena��o-Geral de Intelig�ncia), Eraldo Jos� Augusto (tamb�m da Intelig�ncia), Guilherme Zambarda Leonardi (Secretaria Nacional de Seguran�a P�blica), Luigi Gustavo Soares Pereira (For�a Nacional) e Maur�cio Sponton Rasi (Secretaria Nacional de Seguran�a P�blica). Ainda dever�o participar do grupo um indicado pela Secretaria Nacional de Justi�a, tr�s de entidades sindicais de jornalistas e outros tr�s de empresas de comunica��o.