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Estado de Minas

Carnaval � palco para cenas de abuso sexual no Rio de Janeiro

Entrevistadas, foli�s foram un�nimes ao afirmar que sofreram v�rios tipos de abusos


postado em 08/03/2014 13:33 / atualizado em 08/03/2014 15:20

A coincid�ncia entre o fim do carnaval e o Dia Internacional da Mulher, comemorado neste s�bado, n�o significou dias de folia sem viol�ncia. No Rio de Janeiro, na festa popular, uma das maiores do mundo, muitas mulheres foram v�timas de abordagens criminosas, sendo agarradas, apalpadas e beijadas � for�a. Essas situa��es s�o consideradas uma modalidade de estupro pela Lei 12.015/2009, e s�o punidas com pena de seis a dez anos de pris�o.

Entrevistadas, foli�s foram un�nimes ao afirmar que sofreram v�rios tipos de abusos. “O cara chegou e me deu uma chave de bra�o [t�cnica de imobiliza��o no pesco�o]. N�o tive como sair e ele me beijou”, relatou a designer Paula*, que participou de um bloco no centro do Rio. “� carnaval e a galera acha que pode pegar, passar a m�o, beijar � for�a. Se estiver de shortinho, ent�o...”, reclamou a professora Marcela*.

Em um per�odo de cinco horas, na tarde de domingo (2), a estudante Andrea* tamb�m viveu situa��es semelhantes. Ela contou que sozinha ou acompanhada de amigos se divertir sem ser abordada de forma violenta foi imposs�vel. “S�o 17h10. Eu cheguei aqui ao meio-dia. Posso dizer que foi o suficiente”, revelou. “Se passar sozinha, os caras passam a m�o, tentam enfiar o dedo (na vagina), beijar, isso � um fato”, declarou a auxiliar de administra��o, Fabr�cia*.

As pr�ticas descritas no carnaval carioca fazem com que se divertir durante o reinado de Momo sem sofrer alguma forma de estupro seja um desafio extra para as mulheres, avalia a secret�ria executiva de Pol�ticas para as Mulheres, da Presid�ncia da Rep�blica, Lourdes Maria Bandeira. “H� avan�os em uma s�rie de dimens�es da vida, somos maioria nas universidade, h� expans�o das �reas de atua��o e de decis�o, mas persiste um repert�rio de pr�ticas violentas”, disse.

A secret�ria acredita que outra agravante no carnaval � a leitura do senso comum sobre a roupa da mulher. “Ao colocar uma saia curta ou uma roupa alegre, ela n�o � respeitada. Passa a ser vista em uma condi��o de vulgaridade, de mulher f�cil, de objeto e a partir disso deriva a viol�ncia”, disse. A representa��o de mulheres em condi��es de objeto sexual na m�dia, nesse per�odo, tamb�m refor�a a vis�o do senso comum, alerta Lourdes, que � soci�loga da Universidade de Bras�lia (UnB).

Preocupada com aumento de casos de viol�ncia contra a mulher nesse per�odo, que aumentam cerca de 30%, a Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana da Para�ba lan�ou uma campanha para estimular as den�ncias, com frases como "Beijar � for�a � crime", “Agarrar � for�a � crime” e “No carnaval n�o pode tudo”. “Atitudes como essas n�o podem ser encaradas como brincadeira de carnaval. � crime ”, disse a secret�ria-executiva, N�zia Gomes, em nota.

No Rio, o prefeito Eduardo Paes, na abertura do carnaval, condenou os abusos, mas n�o se pronunciou sobre a aus�ncia de uma campanha. “Se isso acontece, a gente espera que os casos sejam tratados pela pol�cia. Os agressores t�m que ir para cadeia”, disse.

A secret�ria executiva de Pol�ticas para as Mulheres, Lourdes Maria Bandeira, reconhece a necessidade de mais campanhas de esclarecimento sobre a Lei 12.015 e defende uma mudan�a de cultura no pa�s.

“S�o v�rios dias ao longo do ano submetida a isso. Os caras n�o aceitam um n�o. For�am a barra, usam a for�a, e a� n�o tem jeito para te deixarem em paz”, disse a estudante �sis*, que tamb�m foi agredida com “m�o na bunda e puxada de bra�o” no carnaval carioca.


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