Rio, 25 - A ocupa��o do Complexo da Mar�, na zona norte do Rio, pelo Ex�rcito por tempo indeterminado � um "grande retrocesso", que refor�a a op��o do governo do Rio pela militariza��o e envolve riscos como o de acirramento da l�gica do confronto na comunidade. Essa � a avalia��o de integrantes do Observat�rio de Favelas, organiza��o fundada por moradores e pesquisadores em 2001, com sede na Mar�.
Ap�s reuni�o de mais de tr�s horas na tarde desta ter�a-feira, 25, a ONG divulgou uma posi��o conjunta. De acordo com a psic�loga social Raquel Willadino, diretora da �rea de direitos humanos do Observat�rio, o clima na Mar� � de apreens�o desde sexta-feira. "Estamos vendo com muita preocupa��o a defini��o tomada ontem (segunda-feira)", disse ela. Raquel lembra que havia uma promessa do governo de ruptura da l�gica do confronto com a instala��o de uma Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) na Mar�. "Tivemos um processo de articula��o local importante durante a discuss�o da UPP, que reconhecia moradores como protagonistas e chamava a aten��o para uma pol�tica de Estado que v� al�m da a��o policial, mas agora os canais de di�logo foram interrompidos." Para Raquel, a ocupa��o militar por tempo indefinido "reafirma a met�fora da guerra". "O retrocesso � muito grande", afirmou.
O complexo de favelas tem 130 mil moradores, segundo o IBGE. O n�mero de soldados que v�o ocupar a Mar� ainda n�o foi divulgado. "Quantos professores e m�dicos ser�o enviados?", pergunta a coordenadora do Museu da Mar�, Cl�udia Ribeiro da Silva, que tamb�m e professora de hist�ria em uma escola municipal da comunidade. "Estamos acompanhando pela imprensa, n�o houve comunica��o antecipada �s institui��es da Mar�. Como a UPP n�o foi instalada, j� imagin�vamos isso, por causa da Copa. Mas n�o sabemos como ficar� depois."