S�o Paulo, 28 - Um dia depois de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) divulgar uma pesquisa que revela que 65% dos brasileiros acham que mulheres que usam roupas curtas merecem ser atacadas, as redes sociais se tornaram palco de protestos e debates. No Facebook, mulheres de todo o Brasil se organizaram para protestar contra o resultado da pesquisa. �Voc� n�o concorda com isso? Nem eu! Ent�o bora mostrar o corpo pra mostrar o qu�o revoltadas estamos?�, convocava o texto publicado na p�gina do evento na rede social. At� as 21h desta sexta-feira, 28, a manifesta��o virtual teve ades�o de 16 mil pessoas.
�A ideia � que a gente tire a roupa e se fotografe, da cintura para cima, com um cartaz tampando os seios com os dizeres �Eu tamb�m n�o mere�o ser estuprada� e postemos, todas juntas, ao mesmo tempo, online�, explicava a organizadora do ato, a jornalista Nana Queiroz. Ela estimulava as mulheres a postarem fotos da maneira que se sentissem � vontade: �de burca, de roupa de futebol ou de biqu�ni�, exemplificava.
Com a hashtag #EuN�oMere�oSerEstuprada, as pessoas come�aram a postar suas fotos �s 20h. Reunidas, sozinhas, velhas, novas e at� amamentando, as mulheres exibiram seus cartazes. Homens tamb�m aderiram ao protesto. �Canso de escutar que se uma mulher usa roupa curta � pedir pra ser estuprada. E quanto a homens sem camisa? Eles tamb�m est�o pedindo isso?�, escreveu Eduardo Winther de Medeiros, que exibia um cartaz com os dizeres: �Roupa curta n�o justifica estupro�. Johannes Antonius Wiegerinck tamb�m apoiou a causa: �Se eu vir voc� abusando de uma mulher, eu vou quebrar o seu pesco�o - fisicamente, verbalmente ou moralmente�.
Apesar da grande ades�o, algumas mulheres se sentiram intimidadas com coment�rios machistas em seus posts. �Em um movimento virtual que tem como objetivo o respeito �s mulheres, eu publico uma foto e sou xingada. � como ser rotulada e julgada�, reclamou uma manifestante. As outras a apoiaram: �N�o d� ouvidos a eles. Nos enjoa ver gente que pensa assim�.