S�o Paulo, 31 - Parentes e amigos dos 15 policiais militares acusados de matar oito dos 111 detentos assassinados no Carandiru em 1992, que come�aram a ser julgados nesta segunda-feira, 31, adotaram a estrat�gia de abordar os jurados na porta do F�rum Criminal da Barra Funda, zona oeste de S�o Paulo. �Ei, voc�, que pode ser jurado, absolva j�, disse o deputado estadual major Ol�mpio, antes da escolha dos seis homens e uma mulher, entre 25 convocados, que formaram o corpo de jurados. Havia cartazes contra o �massacre dos PMs� e um boneco fardado deitado no ch�o como se estivesse morto, com tinta vermelha e uma cruz.
Ap�s a condena��o de 58 r�us nos tr�s primeiros julgamentos, a defesa decidiu que os familiares deveriam participar. PMs cadeirantes, feridos em a��o, tamb�m estiveram na plateia. �Pediram para que n�s n�o vi�ssemos no outro (j�ri). Agora, j� pediram que a gente viesse. N�s temos vontade de nos manifestar�, disse Rute Salgado, mulher do coronel reformado desde 2010 Ariovaldo S�rgio Salgado, que liderou os policiais do Comando de Opera��es Especiais (COE) no dia da invas�o ao Carandiru, no terceiro andar do Pavilh�o 9.
�Estou indignada com os resultados anteriores. Todos esses que est�o sendo julgados hoje se dedicaram a vida inteira � PM. Ele (Salgado) sempre foi um homem correto na carreira.�
Salgado, de 57 anos, trabalhou na PM desde os 15 anos e foi reformado em 2010, quando era chefe de gabinete do ent�o comandante-geral, Alvaro Batista Camilo. Nesta segunda, ele foi o primeiro a ser interrogado e, assim como os demais, apenas respondeu �s perguntas do juiz. Sua mulher n�o assistiu � fala do marido.
Condena��o.
Uma das perguntas feitas pela Promotoria que o r�u deixou de responder � se ele j� havia sido condenado por homic�dio em um Tribunal do J�ri. Em mar�o, o Tribunal de Justi�a de S�o Paulo decidiu que o j�ri, pelo qual Salgado havia sido condenado por 6 anos e 6 meses no regime semiaberto pela morte de um homem, em Guarulhos, em 1981, deveria ser suspenso. A v�tima fugiu para casa da m�e, de onde foi levada algemada at� ser morta em um terreno baldio, depois de um suposto confronto onde teria dado tiros contra a PM, segundo a vers�o da pol�cia. O novo julgamento est� marcado para 8 de abril.
O tenente-coronel Armando da Silva Moreira, terceiro a ser interrogado, chegou a responder tamb�m �s perguntas da Promotoria, mas contradisse os colegas, afirmando que usava um colete. Ele foi o �nico a admitir que revidou com tiros e fez um detento cair. A previs�o do juiz Rodrigo Tellini, por volta das 20h de ontem, era de que a audi�ncia fosse suspensa somente quando todos os r�us fossem interrogados. At� as 21h, isso s� tinha sido feito com quatro dos 15 PMs.
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Defesa leva fam�lias de PMs a j�ri do Carandiru
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