(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Comiss�o liga seis centros clandestinos ao Ex�rcito


postado em 07/04/2014 10:01 / atualizado em 07/04/2014 10:09

Relat�rio in�dito da Comiss�o Nacional da Verdade, a ser apresentado hoje em S�o Paulo, aponta a exist�ncia de pelo menos seis centros clandestinos onde ocorreram tortura e morte de opositores do regime militar e que atuaram de forma integrada ao aparato de repress�o montado pelo Estado, por meio das For�as Armadas. O estudo contradiz vers�o de que os agentes agiam de forma aut�noma nesses locais.

O novo relat�rio vem a p�blico uma semana ap�s as For�as Armadas anunciarem que v�o investigar pr�ticas de tortura e morte em instala��es militares oficialmente usadas em interrogat�rios e pris�es pol�ticas.

Segundo a Comiss�o da Verdade, agentes da repress�o levavam para os centros clandestinos militantes de esquerda j� marcados para morrer ou que os militares tentavam transformar em agentes infiltrados, os chamados "cachorros". A comiss�o tem informa��es detalhadas sobre seis desses centros e pesquisa outros tr�s.

Na audi�ncia p�blica de hoje, a historiadora Helo�sa Starling, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e assessora da Comiss�o Nacional, deve apresentar quadros detalhados das estruturas de comando militar, indicando como os oficiais que operavam os centros clandestinos estavam diretamente ligados a seus superiores e ao sistema central de informa��es. A preocupa��o � mostrar que eles n�o operavam de maneira isolada ou � revelia.

No caso do Ex�rcito est�o sendo investigados seis centros de tortura, tr�s dos quais em S�o Paulo, que funcionaram entre 1969 e 1977 e faziam parte da estrutura controlada pelo Centro de Informa��es do Ex�rcito (CIE), vinculado ao gabinete do ministro do Ex�rcito.

O primeiro foi o chamado S�tio. Segundo informa��es de agentes do Departamento de Opera��es de Informa��es (DOI) do 2.º Ex�rcito, l� foram executados dois militantes do Movimento de Liberta��o Popular (Molipo) - Ayrton Adalberto Mortati e Antonio Benetazzo - e dois da A��o Libertadora Nacional (ALN), Antonio Carlos Bicalho Lana e Sonia Maria de Moraes Angel Jones.

Em 1974, depois que a Casa da Morte de Petr�polis foi fechada, os militares passaram a usar outros dois centros em S�o Paulo. Um deles, a Boate, funcionava em uma casa em Itapevi, na regi�o metropolitana. O apelido vinha do fato de o local ter abrigado a Boate Querosene.

Ali foram torturados e mortos seis integrantes do Comit� Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A exemplo de Petr�polis, os corpos foram retalhados, amarrados em blocos de cimento e jogados em um rio, na regi�o de Avar�. As informa��es sobre a Boate foram reveladas pelo ex-sargento Marival Chaves, que trabalhou no DOI, e confirmadas por outros dois agentes.

Sangue

"Vi muito sangue da esquerda correr", disse o ex-sargento, que fazia relat�rios com o conte�do dos interrogat�rios dos presos mantidos clandestinamente em Itapevi. Foi ali que os militares conseguiram um de seus maiores trunfos contra o PCB: transformar um militante no agente infiltrado Vin�cius, que atuou entre 1974 e 1982.

O Ex�rcito tamb�m usou as instala��es de uma ch�cara em Ara�ariguama (SP). Ali teriam sido mortos Jos� Montenegro de Lima e Orlando da Silva Rosa Bonfim Junior, filiados ao PCB.

Entre os poucos sobreviventes aparecem Aristeu Nogueira e Renato de Oliveira Mota. Ap�s terem sido torturados em centros clandestinos, eles foram levados para a sede do DOI, que ficava na zona sul da capital, apontada como um dos maiores centros de tortura do Pa�s, onde morreram ao menos 51 pessoas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)