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Estado de Minas

Correria e choro na desocupa��o de um pr�dio no Rio


postado em 11/04/2014 16:31

Crian�as e adultos correm chorando, enquanto uma mulher desmaia em meio a uma chuva de pedras e garrafas e a uma nuvem de g�s lacrimog�neo. As cenas de caos acontecerem quando mais de mil policiais desocupavam � for�a a nova favela nascida em poucos dias em um pr�dio abandonado do Rio.

O sol mal havia nascido e os vizinhos do assentamento despertaram com a not�cia da chegada das for�as de seguran�a. Um helic�ptero sobrevoava o terreno da empresa de telefonia Oi, a poucos quil�metros do Maracan�.

"� isso que acontece no pa�s da Copa!", repetiam constantemente os moradores, referindo-se ao Mundial de futebol, daqui a dois meses.

Cerca de 5.000 moradores come�aram a deixar o lugar, a grande maioria de forma pac�fica. Tentavam retirar seus pertences das barracas, que eram identificadas com nomes escritos em peda�os de madeira.

- Inc�ndios -

Moradores incendiaram o interior do pr�dio, e uma equipe dos bombeiros chegou rapidamente para apag�-lo.

A tropa de choque - com escudos e seu novo uniforme "Robocop", com armadura da cabe�a aos p�s - n�o deixou os jornalistas entrarem no edif�cio pela porta principal.

Mas em uma esquina, dezenas de jovens chamavam: "Vem, rep�rter, vem!", ajudando o jornalista e o fot�grafo da AFP a entrar no im�vel, passando por um grade. Os moradores comemoraram a entrada. A todo momento gritavam aflitos pedindo que tirassem fotos dos feridos, a maioria sem maior gravidade, e de crian�as passando mal devido ao g�s lacrimog�neo.

Em poucos minutos a pol�cia dispersou a maior parte das pessoas que estavam no pr�dio. Cerca de 100 pessoas continuavam resistindo at� as 09h00.

Depois que a desocupa��o foi conclu�da, a viol�ncia se estendeu para o lado de fora. Alguns manifestantes pac�ficos gritavam palavras de ordem contra os policiais, e outros jogavam pedras e garrafas.

Uma barricada foi montada com lixo pegando fogo. Antes de disparar bombas de g�s lacrimog�neo, tr�s agentes sorriam enquanto amea�avam os moradores com suas armas. A atitude da pol�cia s� aumentou a revolta.

Viaturas da pol�cia foram apedrejadas, e uma delas, incendiada.

De acordo com os n�meros oficiais da Defesa Civil, sete pessoas ficaram feridas, nenhuma deles gravemente. A maioria dos jornalistas contou um n�mero mais elevado de v�timas.

- Saques e destrui��o -

O conflito se alastrou para outra favela, e se tornou mais intenso. �nibus e caminh�es foram incendiados.

Tamb�m foram registrados saques a bancos e supermercados. A pol�cia deteve 22 pessoas, sendo que dez n�o moravam no pr�dio ocupado.

Quando o ambiente j� estava mais calmo, um homem que passava pela rua, pr�ximo aos agentes de seguran�a, foi atacado com spray de pimenta no rosto, sem ter feito nada. Moradores gritaram em protesto, e um policial reagiu apontando sua arma para um grupo de jovens.

Os policiais tamb�m coagiram os jornalistas, para que n�o registrassem o que estava acontecendo. "V� com os da sua ra�a, burgu�s", afirmou um deles ao jornalista da AFP. Um fot�grafo do jornal O Globo foi detido, acusado de desacato e incita��o � viol�ncia. Tr�s carros de redes de televis�o e r�dios locais foram destru�dos por jovens.

Em 31 de mar�o, centenas de cariocas sem casa e sem dinheiro para pagar os alugu�is nas favelas come�aram a ocupar o pr�dio. Em pouco tempo, o terra�o j� estava cheio de barracas.

Os moradores n�o tinham acesso a servi�os p�blicos b�sicos, como �gua, saneamento e luz. "Queremos que o governo nos ajude a ter um lugar digno para viver", diziam alguns deles.

Outros queriam construir suas vidas ali, apesar das dificuldades. Quando a pol�cia entrou, a maioria deles n�o tinha sequer conseguido se estabelecer no pr�dio.


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