A Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) estima em 2 milh�es o n�mero de v�timas de tr�fico de pessoas no mundo. No Brasil, entre 2005 e 2011, 475 pessoas foram v�timas de tr�fico nas �reas de fronteira. Estudos indicam que esse n�mero pode ser ainda maior, principalmente se levado em conta o n�mero de pessoas traficadas pelas redes interestaduais.
Apesar da gravidade do problema, uma pesquisa divulgada nesta semana revela que a imprensa brasileira ainda d� pouco destaque � tem�tica. O levantamento foi feito pela organiza��o n�o governamental (ONG) Rep�rter Brasil, com o apoio do Minist�rio da Justi�a e do Escrit�rio das Na��es Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
O coordenador da ONG Rep�rter Brasil, Leonardo Sakamoto, explica que foram pesquisados cinco ve�culos de m�dia impressa entre janeiro de 2006 e julho de 2013. Mais da metade das reportagens pecaram por falta de contextualiza��o, an�lise cr�tica das pol�ticas p�blicas e formas de preven��o.
“A abordagem fica muito no �mbito criminal, mas pouco se fala das causas do tr�fico de pessoas”, destaca Sakamoto. “Quem l� os jornais brasileiros acha que o tr�fico de pessoas � feito por gente m�, que n�o envolve redes, empresas, Poder P�blico, � uma coisa quase que pontual.”
A diretora do Departamento de Justi�a, Classifica��o, T�tulos e Qualifica��o da Secretaria Nacional de Justi�a, Fernanda dos Anjos, diz que a sensibiliza��o dos jornalistas faz parte das a��es do Segundo Plano Nacional de Combate ao Tr�fico de Pessoas, que pretende aumentar a visibilidade para o tema sob a �tica dos direitos humanos.
“Esse � um processo de pesquisa, de produ��o de pol�ticas, de produ��o de guia de refer�ncia, que est� alinhado a outras pol�ticas como a Campanha Cora��o Azul e com a nossa rede de refer�ncia que produz o enfrentamento do tr�fico de pessoas, faz os atendimentos nos estados e as a��es de preven��o nas distintas partes do pa�s.”
O tr�fico de pessoas � caracterizado pelo recrutamento, transporte e alojamento permanente para fins de explora��o sexual, trabalhos for�ados, ado��o ilegal e extra��o de �rg�os ou tecidos. Den�ncias podem ser feitas pelo Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos, ou pelo Ligue 180, da Secretaria de Pol�ticas para as Mulheres.