
Centenas de ex-moradores da ocupa��o do pr�dio da Oi passaram o dia em frente � prefeitura do Rio, na Cidade Nova, no centro. Pela manh� um grupo de representantes foi recebido pelos secret�rios municipais de Assist�ncia Social, Adilson Pires, e de Habita��o, Pierre Batista. V�rias pessoas acamparam no local desde sexta-feira (11), depois de terem sido retiradas por a��o policial da ocupa��o, no Engenho Novo, que chegou a reunir 5 mil pessoas em 11 dias.
A prefeitura ofereceu o quartel da Guarda Municipal, em S�o Crist�v�o, na zona norte, como centro para o cadastramento das fam�lias. Por�m, o grupo de ex-moradores da ocupa��o questiona a necessidade de sair do local onde est�o acampados para fazer o cadastro. Tamb�m pedem medidas mais efetivas.
Participante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Sim�es, explica que a ocupa��o do pr�dio da Oi n�o foi organizada pelo movimento, mas o MTST est� apoiando a luta. “A ocupa��o era formada por v�rias comunidades do entorno. Cada comunidade tem uma lideran�a, e essas lideran�as estavam fazendo uma lista de presen�a interna das comunidades na ocupa��o. As pessoas est�o cobrando essa lista, para que haja prioridade no caso de alguma proposta da prefeitura”, explicou.
Uma dessas lideran�as � representada por Maria Jos� Silva, que faz parte do grupo Dez Mulheres Organizadas, que, mesmo n�o morando na ocupa��o, ajudaram na organiza��o no pr�dio da Oi. De acordo com ela, o simples cadastro n�o resolve o problema de moradia das pessoas e muitas delas j� s�o cadastradas em programas sociais da prefeitura.
“Eles a princ�pio ofereceram para as pessoas irem para S�o Crist�v�o, para se alimentarem, tomar um refresquinho, usar o banheiro e fazer um cadastro. S� que as pessoas n�o aceitaram, porque est�o desenganadas com esse cadastro. Faz o cadastro e continua no descaso, s�o esquecidas”, observou.
Ela lembra que muitas fam�lias investiram tudo o que tinham na ocupa��o e n�o conseguiram retirar seus pertences do pr�dio.
“As pessoas ficaram duas semanas morando, gastaram dinheiro para comprar madeirite para construir as suas casinhas, perderam tudo e agora n�o � apenas uma resolu��o t�o calma, fazer um cadastro, que vai resolver. As pessoas est�o desestabilizadas com o que aconteceu na sexta-feira (11), tem gente dormindo l� na porta, querendo s� poder entrar para pegar as suas coisas. Muitos largaram o aluguel e como foi passando os dias, foi dando esperan�a, foi chegando mais gente, n�o chegou nenhum �rg�o p�blico para dar solu��o para o povo e fizeram o que fizeram [a reintegra��o de posse com uso de for�a policial]”, explicou.
Na tarde de hoje, quatro vans da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) estavam em frente ao pr�dio da prefeitura. Ningu�m quis gravar entrevista, mas os assistentes sociais explicaram que estavam ali apenas para oferecer abrigamento e dar orienta��es sobre retirada de segunda via de documentos. Quem quisesse fazer cadastro junto � prefeitura deveria se dirigir a S�o Crist�v�o. Alguns grupos de ex-moradores da ocupa��o estavam organizando cadastros por conta pr�pria, doa��es de alimentos e lona foram entregues no local.
Um ato foi convocado para amanh� (14) pelos ex-moradores, �s 8h, em frente ao pr�dio da prefeitura, e a SMDS marcou uma reuni�o com representantes para ter�a-feira (15) ainda sem hora e local definidos.