O trabalho infantil e a explora��o sexual deixam meninos e meninas ainda mais vulner�veis �s drogas. A pobreza � o maior fator de fragilidade com rela��o ao uso de entorpecentes, especialmente o crack. Maria*, 16 anos, vivia em uma das casas de palafita pr�ximas ao Porto de Manaus. Dividia o quarto com quatro irm�os e diariamente enfrentava a fome. A menina � uma das v�timas do tr�fico na capital amazonense. Experimentou coca�na ao ser abordada por um homem mais velho que lhe entregou a droga em troca de sexo.
Aos 16, Maria mora no �nico abrigo exclusivamente feminino de Manaus, depois de ter tido um beb�. Tenta se livrar do v�cio para ficar com o filho de apenas 3 meses, que foi retirado dos bra�os dela e levado para outro abrigo. “Estava amamentando meu filho quando vieram busc�-lo. Depois disso, nunca mais pude visit�-lo e n�o sei onde ele est�”, relata Maria. A adolescente tem cicatrizes nos bra�os — marcas de uma tentativa de suic�dio. “� normal menina da minha idade usar drogas. Todas usam.
Se fossem colocar todas no abrigo, n�o caberia”, minimiza a garota.O abrigo onde Maria vive, a Casa Mam�e Margarida, enfrenta dificuldades para manter-se aberto, por falta de verba. Atualmente, as doa��es de pessoas f�sicas t�m garantido a alimenta��o das 20 meninas acolhidas. “A inf�ncia amazonense est� transbordando, como nossos rios. A nossa juventude n�o pode esperar. O dinheiro da Copa do Mundo n�o faltou. � tudo uma quest�o de prioridades”, reclama o coordenador do abrigo, Valter Calheiros.
* os nomes dos menores desta s�rie s�o fict�cios