Rio, 23 - Sem v�nculo sangu�neo com Edilson da Silva dos Santos, de 27 anos, a m�e de cria��o dele, Simone Hil�rio, de 43 anos, n�o conseguiu liberar o corpo do rapaz no Instituto M�dico Legal (IML) para ser enterrado. Mesmo apresentando todos os documentos do rapaz, ele s� ser� liberado na sexta-feira, 25, passadas 72 horas para que um parente biol�gico reclame o cad�ver. Santos foi atingido por um tiro na cabe�a na noite de ter�a-feira, 22, durante protesto contra a morte do dan�arino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos.
Simone conheceu Santos, que tinha problemas mentais, quando ele tinha 18 anos e dormia em uma Kombi na rua Saint Romain, na entrada da favela. M�e de sete filhos biol�gicos, ela alimentava o rapaz e permitia que ele tomasse banho na casa dela.
Depois de ser preso em flagrante por roubar alum�nio de uma cabine da PM, Santos ficou tr�s anos internado no Hospital Penitenci�rio Heitor Carrilho, um manic�mio judici�rio, no Est�cio, zona norte do Rio. Nos fins de semana ele era levado pelos agentes do hospital para a casa da fam�lia de Simone que estava construindo um quartinho para ele nos fundos do terreno. "Ele gostava muito de jogar v�deo game e ficar na internet", contou a m�e de cria��o.
Vizinha e amiga da fam�lia, Luciana Firmino Santos, de 38 anos, disse que o rapaz era "uma pessoa muito boa". "Ele era meu amigo, um menino muito educado, alegre, n�o era nada violento".
Segundo Simone, na noite de ter�a-feira, o filho de cria��o saiu de casa ao saber da morte de DG e foi atingido na cabe�a. Ela, que tamb�m considerava o dan�arino como um filho, afirma que perdeu os dois filhos de cria��o v�timas da viol�ncia policial no morro do Pav�o-Pav�ozinho, em 24 horas.