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Estado de Minas

Movimentos sociais protestam em SP contra a Copa do Mundo no Brasil


postado em 25/04/2014 07:27

Organizado pelo governo federal para debater a Copa do Mundo de 2014 com os movimentos sociais, o evento Di�logos: Governo-Sociedade Civil: Copa 2014, realizado durante toda a tarde dessa quinta-feira na Casa de Portugal, no centro da capital paulista, foi palco de muitos protestos. Embora as manifesta��es tenham sido pac�ficas, os gritos ou interpela��es dos integrantes dos movimentos sociais foi constante na apresenta��o dos representantes das tr�s esferas de governo sobre as obras e gastos para a Copa do Mundo.

O principal alvo foi o governo federal, representado no evento pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho. Enquanto fazia o pronunciamento inicial no evento, manifestantes estenderam grande faixa vermelha atr�s do ministro, na qual se lia “N�o vai ter Copa”. Tamb�m participaram do evento a vice-prefeita de S�o Paulo, N�dia Campe�o, e o secret�rio estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional e coordenador do Comit� Paulista da Copa do Mundo, Julio Semeghini.

“O evento de hoje � uma tentativa do governo de aparentar di�logo com a sociedade em rela��o � Copa, enquanto o Ex�rcito est� na Favela da Mar� [no Rio de Janeiro] e temos todos os atos de protesto contra a Copa sendo reprimidos. O que podemos entender aqui � que h� duas inten��es: primeiro a de simular di�logo com a sociedade, e o segundo ponto � que � uma via-sacra do governo federal em todos os estados para cooptar os movimentos sociais para n�o irem para as ruas”, disse Rodrigo Ant�nio, membro do Territ�rio Livre. Segundo ele, as manifesta��es nas ruas de todo o pa�s v�o continuar. Um novo protesto contra a Copa do Mundo j� est� marcado para a pr�xima ter�a-feira (29), a partir das 19h, no Metr� Tatuap�, zona leste da capital.

Carvalho admitiu hoje que o governo demorou a estabelecer di�logo com a popula��o sobre a Copa do Mundo, o que levou as pessoas a protestar em todo o pa�s. “N�s demoramos a conversar. Deixamos de oferecer a informa��o e a possibilidade de debate em torno da Copa do Mundo, mas antes tarde do que nunca”, disse o ministro.

Quem tamb�m protestou foi o padre J�lio Lancellotti. Ele disse que a Copa n�o trouxe benef�cios para a popula��o, principalmente para os moradores de rua. “Basta ver a camisa deles hoje: ‘O povo de rua � o primeiro eliminado da Copa’. Eles s�o os primeiros a serem varridos. Em S�o Paulo, sa�mos do higienismo hostil para o higienismo gentil. Mas � higienismo da mesma forma. Estas pessoas n�o est�o contempladas, e ser�o varridas”, disse ele � Ag�ncia Brasil.

“N�o somos contra a Copa. Mas queremos que eles nos incluam. At� agora a Copa n�o nos incluiu. Pelo contr�rio, s� nos exclui”, disse Tiago de Jesus Reis, coordenador estadual do Movimento Nacional da Popula��o em Situa��o de Rua em S�o Paulo (MNRP-SP).

Dirigindo-se ao ministro Gilberto Carvalho, o vice-coordenador do MNRP-SP, Renivaldo da Silva Santos, reclamou que houve programas do governo federal para catadores, mas nenhum destinado aos moradores de rua. “Somos moradores de rua, e estamos em situa��o dif�cil. Mas temos consci�ncia de que, se investir em n�s, podemos ter potencial para mudar. Existem muitas pessoas na rua com falta de oportunidade, mas que tem capacita��o profissional e n�o � usu�rio de drogas, marginal ou bandido, que s� precisa de uma oportunidade”, disse.

A vice-prefeita N�dia Campe�o negou que esteja ocorrendo higienismo em S�o Paulo, ou que a cidade pretenda esconder os moradores de rua dos turistas. “N�o temos porque esconder qualquer morador da cidade de S�o Paulo. O que n�o conseguimos resolver juntos, n�o vamos esconder. N�o vamos retirar a popula��o de rua do centro da cidade. N�o vai ter maquiagem ou higieniza��o na cidade de S�o Paulo”, ressaltou.

Mas houve tamb�m os que foram ao evento para defender o governo ou a Copa. “Somos a favor. Temos que reivindicar melhorias para o pa�s, mas dizer que n�o vai ter Copa � ruim. Isso n�o vai ajudar em nada, e s� vai trazer maiores problemas”, disse Regis Cristal, diretor executivo da Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerci�rios de S�o Paulo. Cristal negou que as centrais sindicais estejam sendo usadas pelo governo federal como tentativa de impedir os protestos pelo pa�s durante a Copa. “N�o, n�o tem isso. Ningu�m vai impedir protesto de ningu�m. Tamb�m fazemos nossos protestos, e n�o aceitamos que impe�am nossos protestos. S� estamos favor�veis a que se tenha Copa”, disse ele.

Maria Jos� da Silva, da Confedera��o Nacional das Associa��es de Moradores (Conam), e associada a um partido pol�tico que n�o quis revelar qual, tamb�m defendeu a Copa. “N�o somos contra, desde que n�o prejudique a popula��o. O que vemos que est� errado estamos cobrando, sem agredir os moradores ou a comunidade”, disse ela.

Foi o quarto di�logo promovido pelo governo federal com os movimentos sociais. J� foram realizados eventos semelhantes em Manaus, Porto Alegre e Belo Horizonte. O pr�ximo est� marcado para o Rio de Janeiro. Segundo o governo federal, cerca de 120 entidades foram convidadas ou se inscreveram para participar do evento de S�o Paulo, que contou com a participa��o de aproximadamente 400 pessoas.

Antes do in�cio do evento, o ministro disse, em entrevista coletiva, que n�o acredita na ocorr�ncia de atos ou protestos violentos durante a Copa do Mundo, que possam exigir a utiliza��o da For�a Nacional de Seguran�a. “Esperamos que as for�as estaduais deem conta. At� porque, em nossa avalia��o, n�o teremos grandes atos de viol�ncia na Copa”, falou. “Esperamos que tudo seja contido pelas for�as estaduais, pelas pol�cias militares. Elas est�o sendo preparadas e equipadas, principalmente para o trato com manifesta��es, para que haja uma conduta a mais adequada poss�vel”, acrescentou.


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