S�o Paulo, 02 - Preocupado com as incertezas que cercam a pr�xima temporada de chuvas, o comit� anticrise que monitora a seca hist�rica do Sistema Cantareira pediu aos �rg�os gestores do manancial que definam reserva estrat�gica de �gua a ser preservada ao fim de novembro, quando a Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp) prev� o esgotamento do "volume morto" - �gua represada abaixo do n�vel das comportas -, que come�ar� a ser captado neste m�s.
A recomenda��o feita � Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) e ao Departamento de �guas e Energia El�trica (DAEE) revela preocupa��o com uma poss�vel repeti��o da estiagem enfrentada neste ver�o, que foi o mais seco em 84 anos. O grupo anticrise � composto por t�cnicos dos dois �rg�os, dos comit�s das bacias hidrogr�ficas Alto Tiet� e dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia� (PCJ), que recebem �gua do Cantareira, e pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.
"Aos �rg�os gestores, ANA e DAEE, que, em fun��o das incertezas envolvidas no regime hidrol�gico futuro e de eventuais imprevistos, seja definido um volume estrat�gico a ser preservado ao final do per�odo de planejamento, 30/11/2014", recomenda o comit� anticrise. Segundo o grupo, o "volume �til" do Cantareira, que ontem estava em 10,5% da capacidade, deve acabar em "meados de julho", em plena Copa do Mundo, conforme o grupo Estado antecipou.
No plano emergencial enviado ao comit�, a Sabesp prev� iniciar a capta��o do "volume morto" no dia 15 de maio nas Represas Jaguari-Jacare�, na regi�o de Bragan�a Paulista. Os dois reservat�rios, que representam 80% da capacidade de todo o Sistema Cantareira, estavam hoje com apenas 3% de volume armazenado. Dali, a Sabesp pretende retirar cerca de 120 bilh�es de litros represados abaixo do n�vel da tubula��o, usando bombas flutuantes.
Estimativa
Pelos c�lculos apresentados, a quantidade � suficiente para abastecer a Grande S�o Paulo at� o fim de agosto. A partir da�, a Sabesp deve iniciar a capta��o de 80 bilh�es de litros do "volume morto" da represa Atibainha, em Nazar� Paulista, que deve durar at� 27 de novembro, conforme estimativa da companhia. At� esta data, a presidente da Sabesp, Dilma
Pena, garantiu o abastecimento de �gua sem a necessidade de adotar racionamento de �gua generalizado. Ap�s esse prazo, a companhia espera que a pr�xima temporada de chuvas, que normalmente come�a em outubro, volte a encher os reservat�rios. Mas para o comit� anticrise, esse cen�rio ainda � incerto e, por isso, o grupo quer a garantia de uma "reserva estrat�gica".
Segundo dados apresentados pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), o "volume morto" tem cerca de 400 bilh�es de litros. Desta forma, restariam nas represas cerca de 200 bilh�es de litros para poss�vel uso em caso de nova seca. A quantidade � suficiente para abastecer a Grande S�o Paulo por aproximadamente quatro meses.
Segundo o comit� anticrise, a vaz�o m�dia afluente aos reservat�rios do Cantareira entre outubro de 2013 e mar�o deste ano, foi de apenas 16,4 mil litros por segundo. Na pior crise registrada at� ent�o, entre 1952 e 1953, a vaz�o m�dia foi de 26,3 mil litros por segundo, ou seja, 60% maior.
Em abril, por exemplo, mesmo ap�s a Sabesp ter reduzido a capta��o do Cantareira em 6 mil litros por segundo, a retirada m�dia do manancial foi de 23,9 mil litros - 9,1 mil litros a mais do que o volume de �gua que entrou no per�odo. O d�ficit, segundo o comit�, representa uma redu��o de 23,6 bilh�es de litros do sistema.
Al�m de reduzir o limite de capta��o de �gua pela Sabesp em 10% nesta quarta, 30, a ANA e o DAEE devem come�ar neste m�s uma s�rie de encontros com agricultores, ind�strias e empresas municipais de saneamento da regi�o de Campinas para avaliar conjuntamente a situa��o de estiagem local, seu impacto sobre as vaz�es dos rios e as medidas mitigadoras a serem adotadas. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.