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Estado de Minas

Moradia leva mais �s ruas do que Copa


postado em 07/05/2014 08:49 / atualizado em 07/05/2014 10:11

Excluindo as quest�es trabalhistas, as reivindica��es dos movimentos de moradia foram respons�veis pelo maior n�mero de protestos realizados neste ano na cidade de S�o Paulo, segundo levantamento feito pela Pol�cia Militar, a pedido do Estado. Dos 185 atos que aconteceram na capital entre os dias 1.º de janeiro e 24 de abril, 23 foram organizados por movimentos que lutam por moradia e 43 por sindicatos e grupos trabalhistas - houve 9 atos contra a Copa, por exemplo.

S� na semana passada, que n�o entrou no levantamento, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), um dos mais ativos na capital, realizou duas manifesta��es na frente da C�mara Municipal de S�o Paulo - e uma delas terminou em confronto com a Pol�cia Militar, ap�s o an�ncio do adiamento da primeira vota��o do Plano Diretor.

Moradia leva mais �s ruas do que Copa
S� movimentos trabalhistas motivaram mais protestos neste ano na capital; participa��o, por�m, ainda � menor do que nos atos de junho

Dos 23 atos relacionados � moradia, 9 foram identificados pela PM como organizados pelo MTST. Segundo Luiz Giovanni, um dos coordenadores do movimento, o que motiva os protestos � o d�ficit habitacional da cidade. "� muito alto e a especula��o imobili�ria na periferia est� muito grande. Ou seja, est�o empurrando o pobre trabalhador para cada vez mais longe", disse.

Ele explica que o MTST n�o cobra mensalidade dos integrantes, mas acompanha a presen�a nas manifesta��es. "N�s cobramos apenas a luta. Os que mais lutam s�o os primeiros contemplados."

De acordo com o coordenador do Laborat�rio de Habita��o da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de S�o Paulo (USP), Jo�o Sette Whitaker, desde os anos 1970 os movimentos por moradia foram os que mais se articularam no Brasil. "Sem moradia, as pessoas n�o t�m cidadania.

Basta observar quantas a��es exigem um endere�o fixo. Al�m disso, as pessoas que n�o t�m onde morar est�o em situa��es prec�rias e, por isso, � uma quest�o emergencial e presente."

Para ele, a cidade de S�o Paulo, assim como Pa�s, est� voltando a ter uma "atmosfera de democracia". "O Brasil chegou a uma maturidade democr�tica que muitos confundem com instabilidade pol�tica. As manifesta��es ganharam propor��o e legitimidade", disse o especialista, que tamb�m � mestre em Ci�ncia Pol�tica.

N�meros. Segundo dados da PM, a manifesta��o que teve o maior n�mero de participantes em 2014 foi a 8.ª Marcha da Classe Trabalhadora, no dia 9 de abril, com 9 mil participantes. No topo do ranking em n�mero de participantes est�o tamb�m dois atos organizados pelo MTST e tr�s protestos contra a realiza��o da Copa.

Para o cientista pol�tico Pedro Fassoni Arruda, professor da Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo (PUC-SP), apesar do grande n�mero de protestos que continuam acontecendo na capital, a ades�o n�o pode ser comparada �s manifesta��es de junho. "Se pensarmos no n�mero de pessoas, podemos perceber que um �nico protesto de junho com 100 mil participantes reuniu muito mais gente do que todos os que aconteceram neste ano."

Com a proximidade do in�cio da Copa do Mundo, cuja abertura ocorre em S�o Paulo no dia 12 de junho, o especialista disse que as manifesta��es devem ser intensificadas, mas n�o h� como prever a dimens�o. "Um m�s antes de junho do ano passado, nenhum soci�logo, jornalista ou cientista pol�tico poderia prever o que aconteceu. � dif�cil saber o que vai acontecer, mas o mais prov�vel � que elas se intensifiquem."


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