Rio, 09 - O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educa��o (Sepe) manteve para segunda-feira, dia 12, a greve das redes municipal e estadual de ensino do Rio e informou que n�o comparecer� � reuni�o convocada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ter�a-feira. O encontro foi marcado por Fux para tentar intermediar as negocia��es, mas o Sepe diz que n�o recebeu notifica��o formal. Os professores pedem 20% de reajuste e o cumprimento de pontos acordados com as secretarias na greve do ano passado, em que a categoria parou por 70 dias, num movimento que reacendeu as manifesta��es de rua, em outubro. S� na rede estadual, os alunos perderam 179 dias de aula, entre 2009 e 2013, por causa das paralisa��es. O Minist�rio da Educa��o estabelece que o ano letivo deve ter no m�nimo 200 dias.
Uma das coordenadoras do Sepe, Suzana Gutierres, diz que a categoria n�o teme perder o apoio popular conquistado no movimento do ano passado, ao convocar uma greve pouco mais de seis meses ap�s a �ltima paralisa��o. "Temos plena consci�ncia e certeza que nossa greve � leg�tima. A prefeitura e o Estado v�m recebendo muitas verbas, mas n�o investem na educa��o. A popula��o tem apoiado outras greves, outras manifesta��es, como a dos garis, recentemente. E um dos grandes clamores � de mais investimento em sa�de e educa��o, n�o na Copa e Olimp�ada", afirmou.
Al�m do reajuste, os professores querem plano de carreira unificado, fim da terceiriza��o de funcion�rios, elei��o direta para diretores, carga hor�ria de 30 horas semanais para funcion�rios administrativos (que cumprem 40 horas semanais), uma matr�cula por escola (h� professores que trabalham em mais de tr�s escolas), entre outras reivindica��es. O secret�rio de Estado de Educa��o, Wilson Risolia, disse que ficou surpreso com o an�ncio da greve. De acordo com Risolia, o m�s do diss�dio do magist�rio � maio e a secretaria acabou de encaminhar proposta de reajuste para ser analisado pela Secretaria de Planejamento e Gest�o e pela Casa Civil. Ele lembrou ainda que as aulas da �ltima greve foram repostas, mas os alunos ainda est�o tendo aulas aos s�bados por causa dos feriados do mundial de futebol. "Acho que � intempestivo convocar a greve agora, h� um m�s da Copa. Esse � um ano at�pico", afirmou.
O secret�rio Risolia refutou as cr�ticas do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educa��o, segundo as quais pontos do acordo firmado no ano passado n�o foram cumpridos. "Estamos sendo super rigorosos. Do contr�rio, estar�amos rompendo um acordo feito com o Supremo", afirmou. Risolia ressaltou que o aumento de 20% pleiteado pela categoria � "invi�vel" e que foram feitas v�rias simula��es para o reajuste, com �ndices a partir de 8% - o mesmo dado ano passado. Ele afirmou que hoje 93% dos 74 mil professores da rede j� trabalham em apenas uma escola - antes da greve do ano passado, essa propor��o era de 84%. Lembrou ainda que os servidores administrativos fizeram concurso para trabalharem 40 horas semanas. Segundo ele, a mudan�a representaria "um risco jur�dico", j� que outras categorias poderiam come�ar a reivindicar redu��o da carga hor�ria sem reduzir sal�rios.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educa��o informou vem cumprindo os acordos firmados no STF. "A Prefeitura do Rio enviou � C�mara dos Vereadores o Plano de Cargos, Carreiras e Remunera��es (PCCR), que foi aprovado e de imediato garantiu um reajuste de 15,3% para os professores - implementado em 1� de outubro. Com o reajuste, o sal�rio inicial do professor I e do professor II passou a ser de R$ 4.147,37 para a jornada de 40 horas, sendo o maior sal�rio inicial pago entre as capitais do Pa�s".