Sorocaba, 14 - O Minist�rio P�blico Estadual vai exigir que a qualidade da �gua retirada abaixo da cota operacional das represas do Sistema Cantareira, o chamado volume morto, seja monitorada de forma cont�nua. A exig�ncia ser� apresentada durante reuni�o, na sexta-feira (16), dos promotores do Grupo de Atua��o Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) de Piracicaba, com representantes da Companhia Ambiental do Estado de S�o Paulo (Cetesb) e da Vigil�ncia Sanit�ria Estadual. O in�cio da retirada est� previsto para esta quinta-feira, 15.
De acordo com o promotor Ivan Carneiro Castanheiro, do Gaema, o monitoramento deve ser estendido � vaz�o liberada para os rios das bacias do Piracicaba, Capivari e Jundia� (PCJ) que abastecem as regi�es de Campinas e Piracicaba. Se as exig�ncias n�o forem atendidas, o MPE pode propor medidas judiciais contra a retirada do volume morto.
Em of�cio enviado � promotoria, a Cetesb garantiu que as interfer�ncias na qualidade da �gua ser�o transit�rias, restritas ao per�odo das obras e in�cio da opera��o. Segundo a Cetesb, a �gua ser� bombeada da represa Jacare� at� atingir a cota 815. Em seguida, as bombas ser�o transferidas para a represa do Atibainha.
A ag�ncia ambiental reconheceu que o risco se agrava � medida que o n�vel da �gua for baixando. "A utiliza��o do volume abaixo da cota operacional do reservat�rio Jacare� poder� ocasionar estresse �s comunidades aqu�ticas, com o redu��o do volume at� 134,39 milh�es de metros c�bicos no sistema Jacare�-Jaguari", informou a Cetesb. "Se a estiagem se prolongar, a qualidade da �gua vai piorar e podemos ter problemas tanto para a vida aqu�tica, quanto para a sa�de p�blica, por isso queremos sistemas de monitoramento dos dois lados, tanto da Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, quando no PCJ", disse Castanheiro.
Menos �gua.
O promotor do Gaema considerou que a medida estudada pelo Departamento de �gua e Esgoto (DAEE) e pela Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) para limitar a retirada de �gua do Sistema Cantareira ao volume afluente - a �gua das chuvas - � boa para evitar o esgotamento do reservat�rio.
Ele considera imposs�vel, no entanto, reduzir a vaz�o de tr�s metros c�bicos por segundo liberada atualmente para as bacias do PCJ. Rios que dependem dessa vaz�o, como o Jaguari e o Piracicaba, respons�veis pelo abastecimento de v�rias cidades, j� est�o quase secos. "Se reduzir mais, h� grande risco de outra trag�dia ambiental, como a ocorrida com a mortandade de peixes no Rio Piracicaba", disse.