Com aproximadamente 1.100 funcion�rios parados na frente da garagem da Via��o Mobi, no bairro Pedreira, zona sul da capital paulista, impedindo a sa�da de �nibus da garagem, cerca de 60% dos coletivos municipais que atendem a cidade de Diadema, no ABC, est�o paralisados nesta quinta-feira, 22. A paralisa��o afeta 90 mil pessoas em Diadema, dizem motoristas. Pela cidade, pessoas reclamam de mais espera nos pontos e, consequentemente, coletivos superlotados.
Mas � claro que h� impactos para a popula��o. "J� estou h� uma hora no ponto. � o dobro do tempo que espero. De manh�, quando vim trabalhar, o �nibus tamb�m demorou 40 minutos a mais para passar e estava superlotado. Se eu n�o conseguir embarcar, vou pedir para meu filho vir me buscar", disse a cozinheira Maria Eunice dos Santos, de 51 anos.
O Terminal Piraporinha, o segundo maior da cidade, no entanto, tinha poucas filas por volta das 14h30 desta quinta. Uma das fiscais do terminal contou que, no hor�rio de pico da manh�, a lota��o foi grande por causa da falta de coletivos, mas o remanejo coordenado pelas empresas manteve a opera��o, mesmo que de forma prec�ria.
Os empregados da Mobi afirmam que est�o parados porque querem receber o mesmo piso salarial dos motoristas das demais empresas que do ABC. "Como a nossa garagem fica em S�o Paulo, n�s n�o somos do sindicato dos motoristas do ABC. Mas tamb�m n�o somos do sindicato da capital. Somos do sindicato dos motoristas rodovi�rios, e eles n�o nos representam", afirma.
A consequ�ncia disso - e raz�o da grave, segundo afirmam - � um piso salarial menor do que todas as demais empresas. "Ganhamos piso de R$ 1.850. No ABC, � R$ 2.555. N�o vamos voltar enquanto n�o recebermos a mesma coisa", diz o funcion�rio, que pediu para n�o ter o nome publicado com medo de ser demitido.
Outros funcion�rios fazem mais reivindica��es. Querem marca��o eletr�nica das horas extras, porque acusam a empresa de n�o pag�-las corretamente, al�m de coletivos novos (dizem que os ve�culos que operam s�o de frotas antigas vindas de Recife, Pernambuco). Principalmente, querem cobrador em todos os coletivos. "A gente dirige e cobra, sem ganhar por isso", afirma um deles.
Um representante do Sindicato dos Rodovi�rios de S�o Paulo acompanha a paralisa��o e afirmou que a entidade apoia a paralisa��o, apesar de n�o lider�-la. Givaldo Paes de Melo, diretor de base do sindicato, diz que tentou intermediar uma negocia��o entre funcion�rios e empresa, mas sem obter sucesso. "Eles n�o quiseram indicar uma comiss�o para negociar com a empresa. A empresa est� disposta", disse.
Melo rebateu as cr�ticas sobre a falta de representa��o de sua entidade afirmando que, apesar de a empresa operar no ABC, ela est� localizada na capital. "Se ela se mudasse para o ABC, seria outro sindicato. Como n�o mudou, legalmente n�o tem jeito. � conosco", disse.
Nenhum representante da Mobi foi localizado pela reportagem at� as 17h desta quinta para comentar a paralisa��o.