Os motoristas e cobradores de �nibus que haviam paralisado o servi�o em S�o Paulo decidiram n�o retomar a greve at� que a decis�o final da Justi�a sobre o movimento seja anunciada, algo que s� deve ocorrer na segunda-feira. No entanto, a pr�pria pulveriza��o do movimento, sem l�deres claros, mostra que n�o h� como descartar paralisa��es pontuais. Nesta quinta-feira, 22, a greve atingiu os ve�culos intermunicipais e se espalhou por 16 cidades do ABC e da regi�o oeste da Grande S�o Paulo.
Segundo a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), as quatro via��es que registraram paralisa��es nesta quinta-feira operam linhas em Barueri, Carapicu�ba, Cotia, Diadema, Embu-Gua�u, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Osasco, Pirapora, Santana de Parna�ba, S�o Bernardo do Campo, S�o Louren�o da Serra, S�o Paulo e Tabo�o da Serra.
Capital
Ontem, voltaram a ser registrados problemas na capital paulista, apesar da perspectiva de que os grevistas esperariam uma resposta judicial ou uma interven��o do prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad. Depois de passar dois dias bloqueado por coletivos estacionados, o Terminal da Lapa, na zona oeste, voltou a funcionar durante todo o dia de ontem - a exemplo dos outros 28 terminais. No entanto, �nibus de 12 linhas da Santa Br�gida que operam no local n�o circularam.
Segundo Anderson Reis, que trabalha na Santa Br�gida e representa parte dos dissidentes, n�o havia paralisa��o programada. Mas o movimento se mostrou pulverizado, com motoristas e cobradores discordando dos rumos sugeridos at� por representantes.
Tanto trabalhadores quanto empresas foram criticados pela paralisa��o ontem � tarde, durante audi�ncia preliminar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2.ª Regi�o. A desembargadora Rilma Aparecida Hemet�rio informou que o movimento grevista n�o cumpriu a lei federal 7.783/89 - que define greves em servi�os essenciais -, como o aviso �s empresas com anteced�ncia m�nima. Al�m disso, n�o houve assembleia para decretar o estado de greve.
De acordo com ela, a paralisa��o desta semana constituiu um "mal irrepar�vel" que afetou "toda uma coletividade". Em sua avalia��o, todos falharam em n�o encontrar solu��es para conter os danos e os preju�zos � popula��o. "Ningu�m vai abra�ar a causa de um trabalhador que s� olha para si mesmo", afirmou Rilma.
Por outro lado, ela afirmou que as empresas devem respeitar a lei e, nesse caso espec�fico, as via��es poderiam ter pedido medidas cautelares para deter a paralisa��o. "N�s estamos aqui de plant�o 24 horas", ressaltou. "O direito de greve � uma garantia constitucional, mas os trabalhadores t�m de perceber que o direito deles tamb�m esbarra no direito de muitas outras pessoas", afirmou a ju�za, lembrando quem tinha compromissos, at� m�dicos, e dependia do transporte.
Tanto o sindicato dos patr�es, o SPUrbanuss, quanto o dos empregados, Sindmotoristas, afirmou que n�o poderia responder por uma greve deflagrada por pessoas insatisfeitas com o acordo salarial. Mas a desembargadora discordou. "As categorias s�o representadas pelos diretores do sindicato", ressaltou. Uma decis�o final sobre a legalidade da greve ser� tomada por um grupo de dez desembargadores em sess�o marcada para 17h de segunda-feira.
Intermunicipais
Nesta quinta-feira, foi a vez de a EMTU ser surpreendida pela paralisa��o nas Via��es Miracatiba, Osasco, Mobi Brasil e Urubupung� - 230 mil usu�rios foram afetados s� em Diadema e Osasco. A Miracatiba, que opera 46 linhas, amanheceu paralisada e voltou a operar com 85% da frota a partir das 13h30. J� a Urubupung� operou com 80% da frota, o que afetou 49 linhas que circulam por Barueri, Osasco e S�o Paulo.
Por causa da greve, a MobBrasil deixou de operar todas as 17 linhas em Diadema e S�o Bernardo, prejudicando cerca de 15 mil pessoas. Uma reuni�o da empresa com grevistas prevista para o fim da tarde foi suspensa e caber� � Justi�a julgar a greve.
J� os 400 �nibus da Via��o Osasco n�o circularam durante todo o dia de hoje, afetando 75 mil pessoas. Na cidade, pelo menos 65% da popula��o est� sem �nibus, conforme estimativa do prefeito Jorge Lapas. "N�s j� hav�amos fechado o acordo de reajuste no s�bado. Fomos pegos de surpresa. � a��o igual � da capital."