S�o Lu�s, 27 - Os trabalhadores at� foram �s garagens das 25 empresas de transporte coletivo que atuam em S�o Lu�s, no Maranh�o, mas n�o sa�ram para as ruas na manh� desta ter�a-feira, 27. A situa��o � tranquila e n�o houve confronto entre grevistas e for�as de seguran�a. A perspectiva � de que 750 mil pessoas deixaram de ser transportadas.
"Chegar ao trabalho, s� de motot�xi, e eles est�o arrancando o couro da gente. Paguei R$ 25 por uma viagem que normalmente pagava R$ 10. Mas, se n�o fosse assim, n�o conseguiria chegar ao trabalho", contou a dom�stica Cl�udia Pereira, 27 anos.
Outros trabalhadores, como o pedreiro Raimundo Nonato Souza, de 43 anos, organizaram-se para se deslocar de carona. "O jeito � contar com a solidariedade dos colegas que t�m carro. N�o tenho nada a ver com essa luta e preciso trabalhar. Vou de qualquer jeito", comentou Souza.
Grevistas. O Sindicato dos Trabalhadores Rodovi�rios do Maranh�o (STTREMA) organizou a paralisa��o total nesta ter�a-feira depois que os empres�rios do setor n�o atenderam as reivindica��es dos trabalhadores, que pediram 16% de aumento salarial, reajuste do t�quete-alimenta��o para R$ 500, inclus�o de um dependente no plano de sa�de, al�m da implanta��o do plano odontol�gico.
A radicaliza��o do movimento grevista aconteceu depois de quatro dias de greve em que entre 45% e 60% da frota circulava. O presidente do STTREMA, Gilson Coimbra, garantiu que todos os itens pedidos pela Justi�a do Trabalho foram cumpridos e que a paralisa��o total segue por tempo indeterminado.
"At� o momento, n�s cumprimos com todos os itens pedidos pela justi�a do Trabalho. Com 70% da frota nas ruas, n�o podemos nem considerar que h� paralisa��o. Os empres�rios nunca nos apresentaram uma contraproposta sequer, e n�s � que n�o podemos permanecer nessa situa��o. � por tempo indeterminado", afirmou Coimbra, completando que a diretoria do sindicato se reuniu na segunda-feira, 26, para tra�ar novas estrat�gias para o movimento.
A greve com 100% desobedece uma determina��o do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que determinava que 70% da frota deveria circular. O STTREMA j� foi multado em R$ 96 mil por descumprir a ordem judicial. Coimbra afirmou que o sindicato vai recorrer para n�o pagar a multa.
Patr�es. A situa��o deve perdurar por mais tempo, porque os empres�rios alegam que n�o podem oferecer aumento aos trabalhadores por causa da defasagem do pre�o da passagem. "Era nada e vai continuar nada", ironizou o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de S�o Lu�s (SET), Jos� Luiz de Oliveira Medeiros.
Ele disse ainda que os empres�rios n�o v�o ceder � press�o do rodovi�rios. "Ainda n�o tem nenhuma reuni�o agendada, mas, veja bem, se o sindicato chamar os empres�rios para uma reuni�o, n�o vai alterar, n�o vai mudar nada. Esperamos um posicionamento da Prefeitura de S�o Lu�s para saber como podemos resolver essa situa��o", declarou Medeiros.
Os empres�rios alegam que t�m um preju�zo de R$ 9 milh�es por m�s para manter a frota de pouco mais de mil coletivos em circula��o. Eles sugerem que seria necess�rio reajustar a tarifa dos atuais R$ 2,20 para R$ 2,70. "� lament�vel ir a uma negocia��o sem condi��es de oferecer nada, � desgastante para as duas partes. Por isso, n�o foi poss�vel esse entendimento", finalizou o presidente do SET.