(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Uso de detector de mentira no caso Bernardo � criticado


postado em 02/06/2014 19:07

Porto alegre, 02 - Colhida como subs�dio da defesa, a conversa do m�dico Leandro Boldrini com o t�cnico em veracidade Mauro Nadvorny, diante de um detector de mentiras, dentro da Penitenci�ria de Alta Seguran�a de Charqueadas (Pasc), foi considerada "sem cr�dito" pela Pol�cia Civil e pelo Minist�rio P�blico do Rio Grande do Sul.

O di�logo foi gravado na quarta-feira da semana passada e a conclus�o de que o m�dico disse a verdade ao proclamar que n�o tramou a morte do filho, o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, ser� encaminhada nesta semana � Justi�a de Tr�s Passos pelo advogado de defesa, Jader Marques. Como n�o recebeu o material ainda, o juiz Marcos Luiz Agostini n�o se manifestou.

O corpo de Bernardo foi encontrado em Frederico Westphalen, a 80 quil�metros da casa da fam�lia, que fica em Tr�s Passos, no dia 14 de abril. Depois da investiga��o policial, o Minist�rio P�blico denunciou e a Justi�a abriu processo contra o m�dico, pai do garoto, a enfermeira Graciele Ugulini, madrasta, e a assistente social Edelv�nia Wirganovicz por elabora��o, participa��o e execu��o de um plano para matar o garoto com inten��es de assegurar bens materiais e financeiros que ele herdaria da m�e, Odilaine Uglione, que se suicidou em 2010. O motorista Evandro Wirganovicz, irm�o de Edelv�nia, tamb�m � r�u, acusado de ajudar a ocultar o cad�ver. Leandro, Graciele e Edelv�nia est�o presos preventivamente, por tempo indeterminado. Evandro est� preso temporariamente at� 10 de junho.

Trechos da conversa de Boldrini e Nadvorny diante do detector de mentiras foram obtidos pela RBS TV e divulgados nos programas Fant�stico, da Rede Globo, na noite de domingo, e Jornal do Almo�o, da emissora regional, nesta segunda-feira, 2. Neles o m�dico diz que � inocente e repete que n�o foi o mentor do crime, n�o sabia do plano da madrasta, n�o financiou Graciele, n�o emitiu receita de midazolam (subst�ncia encontrada no corpo do garoto) e classifica o ato da mulher como "covarde". Pede, ao final, que ela "assuma a culpa por inteiro". Em depoimentos dados � pol�cia, Graciele inocentou o m�dico, mas n�o conseguiu livr�-lo da acusa��o feita pela Pol�cia e Minist�rio P�blico.

A oferta � Justi�a de uma conversa travada diante de um detector de mentiras, feita pela defesa, foi colocada sob suspeita pela investiga��o. O inspetor Dem�trio Peixoto, perito em veracidade do Gabinete de Intelig�ncia da Pol�cia Civil, respons�vel pelo uso do �nico detector de mentiras da corpora��o, diz que o equipamento consegue determinar quase 100% das situa��es em que o entrevistado fala a verdade e 95% das que fala mentiras. Mas estranha que tanto Boldrini quanto Graciele e Edelv�nia tenham se recusado a se submeter ao detector durante o inqu�rito que investigou o caso. "Para n�s fica gritante que oficialmente n�o quiseram se submeter ao detector e agora n�o sabemos como surge uma oferta � Justi�a de material colhido por iniciativa particular", comenta. "Como n�o faz sentido, para n�s � caso de descr�dito."

A Pol�cia Civil ga�cha usou seu detector de mentiras em 11 casos em 2012, 34 em 2013 e 30 casos at� agora, em 2014, quase sempre em investiga��es de estupros, abuso sexual, homic�dios e desaparecimentos. O software registra situa��es em que a pessoa sofre estresse, altera pensamento e comete imprecis�es incomuns a quem est� falando a verdade.

O Minist�rio P�blico entende que o detector � um instrumento que ajuda a pol�cia em suas investiga��es, mas n�o recorre ao equipamento porque os resultados n�o s�o reconhecidos como provas. Segundo o subprocurador-geral de Justi�a para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles, a entrevista de Boldrini com o t�cnico em veracidade n�o tem valor nenhum para o caso Bernardo Boldrini. O �rg�o entende que, como a entrevista foi feita em �mbito privado, as perguntas e respostas podem ter sido combinadas, assim como o tom da voz do m�dico, que permaneceu o mesmo ao longo da fala.

O advogado Jader Marques destaca que a pr�pria pol�cia reconhece a credibilidade do teste e que o resultado ficar� � disposi��o para ser analisado. Tamb�m diz que s� foi comunicado por SMS, a t�tulo de sondagem, da inten��o da pol�cia de submeter Leandro ao detector de mentiras durante o inqu�rito. "N�o houve negativa nossa", sustenta. "N�o existiu nenhum tipo de intima��o nem designa��o de data, apenas uma comunica��o prec�ria", afirma, referindo-se ao recado recebido via telefone e � falta de uma comunica��o formal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)