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Estado de Minas

Rio: performance contra estupro na UFF cria pol�mica


postado em 03/06/2014 19:31

Rio, 03 - Era para ser uma performance contra o aumento de estupros e da viol�ncia sexual que atinge a mulher, como parte do semin�rio Corpo e Resist�ncia, no campus de Rio das Ostras, na regi�o dos lagos, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Terminou como uma grande pol�mica sobre arte e os limites da liberdade de express�o quando fotos do evento foram publicadas nas redes sociais. A universidade e a Pol�cia Federal investigam o caso. Al�m de discuss�es te�ricas, o semin�rio, realizado no dia 28 de maio pelo curso de Produ��o Cultural, inclu�a uma apresenta��o da artista mineira Ra�ssa Vitral e uma festa intitulada "Xereca Satanik". Durante o evento, mulheres ficaram nuas, uma participante foi cortada no peito com um estilete e Ra�sssa (que costuma usar o pr�prio corpo como parte das performances), teve a vagina costurada enquanto fumava e conversava. Tudo fazia parte de uma performance art�stica.

Diante da pol�mica, o chefe do departamento de Artes e Estudos Culturais, Daniel Caetano, explicou em seu perfil no Facebook que as performances foram "feitas para chocar a sensibilidade das pessoas e faz�-las pensar sobre seus pr�prios limites". "Damos apoio total aos promotores do evento, realizado dentro de uma perspectiva acad�mica, a partir de discuss�es ocorridas nas aulas de uma disciplina. � coisa s�ria e deve ser respeitada", disse. Ele acrescentou que costurar partes do corpo "n�o � novidade" e j� foi reproduzido por artistas contempor�neos como Marina Abramovic e Lydia Lunch. O professor esclareceu que Ra�ssa "estava em plena posse dos seus sentidos e o fez porque quis" e "nenhum aluno ou qualquer outra pessoa foi constrangido a fazer nada". "Qualquer tentativa de intimidar o curso, os alunos, os professores ou os participantes do evento ser� por n�s considerado um gesto de censura (...). N�o haver� de nossa parte qualquer censura a atos do g�nero".

Na segunda-feira, dia 2, a UFF instaurou uma comiss�o de sindic�ncia para, em 30 dias, apurar o que aconteceu no campus de Rio das Ostras. No mesmo dia, o vice-reitor em exerc�cio, Sidney Mello afirmou em nota publicada no site da universidade que "� ineg�vel o direito da manifesta��o pol�tica e cultural. Existem, no entanto, regras m�nimas de respeito pelo outro e pelo espa�o p�blico, norteadas por princ�pios �ticos e pela legisla��o vigente". Nesta ter�a-feira, 3, o vice-reitor ressaltou que a Dire��o Central "n�o compactua com qualquer tipo atividade que, desvirtuando de sua ess�ncia institucional, extrapole os limites do razo�vel, atentando aos valores da liberdade e igualdade, ou ofendendo a dignidade da pessoa humana". A Pol�cia Federal tamb�m investiga "as circunst�ncias da utiliza��o do patrim�nio p�blico federal" e vai ouvir representantes da UFF e os respons�veis pela organiza��o da festa para esclarecer o caso.

Estupros.

Um dos objetivos da performance era "denunciar" o aumento das ocorr�ncias de estupros em Rio das Ostras: no primeiro trimestre de 2014 foram feitos 20 registros, contra 14 casos no mesmo per�odo do ano anterior (crescimento de 42%), de acordo com dados do Instituto de Seguran�a P�blica. Questionada sobre o aumento da viol�ncia sexual contra a mulher na cidade, a prefeitura de Rio das Ostras informou que o crescimento populacional "est� diretamente relacionado ao aumento dos �ndices de viol�ncia". Em 2004, havia 45 mil habitantes contra 120 mil pessoas, em 2013. A prefeitura tamb�m informou que refor�ou o patrulhamento no munic�pio em, pelo menos, 80 policiais e aumentou a quantidade de c�meras de vigil�ncia na cidade (de 20 para 60).


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