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Estado de Minas PEDOFILIA

Copa do Mundo eleva necessidade de aten��o para casos de explora��o sexual de menores

Pesquisadores acreditam que o grande fluxo de turistas durante a Copa do Mundo deve provocar um aumento no n�mero de casos de explora��o sexual de crian�as e adolescentes


postado em 08/06/2014 06:00 / atualizado em 08/06/2014 08:46

Bras�lia – Festividades � parte, a Copa do Mundo deve refor�ar uma triste realidade no pa�s: a explora��o sexual de crian�as e adolescentes. Especialistas acreditam que o fluxo de turistas, tanto do exterior quanto nacionais, favorece a prostitui��o e os abusos. Um estudo do Servi�o Social da Ind�stria (Sesi) Nacional mostrou que, a cada 370 turistas que desembarcaram entre 2008 e 2010 em Salvador – um dos munic�pios palco de jogos do Mundial –, uma den�ncia foi feita ao Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos. Outra pesquisa, da Brunel University, na Inglaterra, alerta para o crescimento desse tipo de ocorr�ncia em grandes eventos.


O estudo, encomendado pelo Sesi Nacional � John Snow Consultoria, foi apresentado em semin�rio sobre o assunto em Paris, no ano passado, com representantes dos governos brasileiro e franc�s, al�m de entidades. A pesquisa avaliou a rela��o entre as den�ncias de explora��o de crian�as e adolescentes feitas ao Disque 100 com o fluxo de turistas em Salvador e em S�o Paulo durante 36 meses. O autor do levantamento, Miguel Fontes, explica que as duas cidades foram escolhidas por apresentarem fluxos migrat�rios diferentes. “S�o Paulo tem um turismo de neg�cios, enquanto em Salvador, a motiva��o � o lazer”, diz o doutor em sa�de p�blica e diretor da John Snow.

O resultado da avalia��o � o de que as viagens a lazer contribuem mais para aumento dos abusos do que as de neg�cios. Enquanto a cada 370 turistas que desembarcavam em Salvador a quantidade de den�ncias aumentava, em S�o Paulo, a varia��o ocorria a cada grupo de 2.567 estrangeiros. “A gente considera o turismo da Copa como turismo de lazer, e o fluxo migrat�rio vai aumentar muito. Se seguir o padr�o da Bahia, pode haver um aumento de abusos. Em contrapartida, h� campanhas para coibir esses casos”, afirma Fontes. Para o evento que come�a nesta semana, o Minist�rio do Turismo espera a vinda de 600 mil estrangeiros durante quase um m�s de Copa, al�m de 3,1 milh�es de brasileiros que devem viajar entre as 12 cidades sedes. O perfil dos turistas esperado � o mesmo que foi � Copa na �frica do Sul. De acordo com o minist�rio, eles eram, na maioria, homens solteiros, com renda e escolaridade altas.

O estudo da universidade inglesa de Brunel – outra pesquisa que trata do tema – ressalta que os abusos est�o por tr�s de problemas sociais, como pobreza e viol�ncia dom�stica, por exemplo, possivelmente agravada no per�odo. “Uma aten��o significativa tem sido dada � suposta conex�o entre esses eventos e a limpeza for�ada nas ruas, o tr�fico de pessoas e a prostitui��o, em geral”, diz o resumo da pesquisa. A conclus�o � a de que h� riscos para as crian�as em torno dos eventos, mas n�o � poss�vel definir a extens�o dos danos. No entanto, n�o se deve supor “que a aus�ncia de dados signifique a aus�ncia de problemas”. A remo��o for�ada de pessoas e a limpeza das ruas ajudam a colocar as pessoas em situa��o de vulnerabilidade. F�rias escolares prolongadas tamb�m s�o citadas como fatores que podem aumentar a situa��o de vulnerabilidade das crian�as.

Para Anna Flora Werneck, coordenadora de programas da Childhood Brasil, organiza��o n�o governamental (ONG) que divulgou a pesquisa de Brunel, o Mundial, como qualquer grande evento, acarreta uma s�rie de fatores que aumentam o risco de explora��o sexual. “A Copa favorece os casos, mas � preciso ressaltar que a explora��o sexual � um problema s�rio no Brasil. O evento cria um ambiente de maior vulnerabilidade.” Anna lembra que existem a��es preventivas, mas � preciso fortalecer os sistemas de garantia de direitos no Brasil e estimular as den�ncias. Uma s�rie de reportagens do Estado de Minas publicada em abril, por exemplo, mostrou diversos casos de abusos sexuais de crian�as e adolescentes nos portos de algumas das cidades sedes, como Manaus.

Campanhas De olho na possibilidade de aumento de casos durante a Copa, foi lan�ada uma s�rie de campanhas governamentais e de outras organiza��es para alertar que a explora��o � crime e estimular as pessoas a denunciarem. A Secretaria de Direitos Humanos afirmou, em nota, que tem buscado fortalecer os Conselhos Tutelares e que repassou equipamentos em 2013, priorizando as cidades sedes. A pasta tamb�m afirma que uma s�rie de a��es est� funcionando “nas regi�es impactadas pelas grandes obras e grandes eventos, com a participa��o de governo, sociedade civil organizada, organiza��es de coopera��o internacional e de responsabilidade social.”

A secretaria ainda informou estar ampliando a campanha “N�o desvie o olhar”, que tem como slogan “Fique atento. Denuncie. Proteja nossas crian�as e adolescentes da viol�ncia.” A iniciativa tem sido veiculada "em diversos materiais impressos e de m�dia, r�dio, televis�o, em tr�s idiomas". Segundo Miguel Fontes, a ONG ECPAT France veicula a campanha na Europa como forma de alertar os turistas sobre a quest�o antes da viagem ao Brasil.

 

Norte-americano deportado no Rio
Um cidad�o norte-americano condenado por ter molestado um menor de 16 anos foi impedido de entrar no Brasil e deportado, segundo o Minist�rio da Justi�a. O caso aconteceu ontem no aeroporto do Gale�o, no Rio de Janeiro. O �rg�o, que n�o informou o nome do passageiro, disse se tratar do primeiro caso em que foi aplicada uma portaria que impede estrangeiros envolvidos em crimes de explora��o sexual de menores a entrar no Brasil. A Portaria 876/2014 foi assinada no dia 23 de maio e determina que viajantes apontados na lista de ped�filos da Interpol ou com suspeitas levantadas pela pol�cia poder�o ser barrados ao tentar entrar no pa�s, mesmo que n�o tenham sido condenados. A regra permite barrar tanto pessoas envolvidas em atos de abuso f�sico quanto acusados de difundir pornografia que contenha imagens de menores de idade.


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