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Estado de Minas

Metrovi�rio tem maior reajuste do setor


postado em 08/06/2014 08:07

S�o Paulo, 08 - Os metrovi�rios t�m conseguido aumentos salariais maiores que a infla��o e que a m�dia obtida pelos empregados do setor de transportes. Enquanto os empregados do setor tiveram 4,9% de aumento real entre 2011 e 2013, segundo o Departamento Intersindical de Estat�sticas e Estudos Econ�micos (Dieese), os metrovi�rios tiveram 6,26%.

Os metrovi�rios argumentam que, dada a superlota��o do sistema, os aumentos deviam ser maiores. "O reajuste devia acompanhar o aumento de produtividade. Hoje, transportamos muito mais gente do que h� alguns anos", diz Altino de Melo Prazeres Junior, presidente do Sindicato dos Metrovi�rios. Entre 2011 e 2013, o total de passageiros cresceu 2,7%, ou 100 mil pessoas, em m�dia, por dia.

Mas o governo leva em conta outro fator: a tarifa congelada em R$ 3. "A tarifa est� congelada h� dois anos", disse anteontem o presidente da empresa, Luiz Antonio de Carvalho Pacheco. "O Metr� vive da pr�pria arrecada��o", garante, ao dizer que n�o h� subs�dios previstos no Or�amento do governo para manter a opera��o. Dessa forma, o Metr� teve preju�zo no ano passado de R$ 70 milh�es. Mas, novamente, prop�s reajuste com aumento real, de 8,7%.

Os reajustes mais elevados do que os de outros colegas do setor s�o fruto da organiza��o sindical, dizem os metrovi�rios. S�o cerca de 9 mil empregados na empresa, que "prestam sempre aten��o" aos movimentos dos sindicalistas, segundo um mec�nico que trabalha no p�tio da Esta��o Itaquera. "Quando � �poca da campanha salarial, a gente sempre vem aqui para o p�tio (do sindicato, no Tatuap�, zona leste). Com assembleia cheia, os caras (sindicalistas) v�o com mais moral para a negocia��o. No resto do ano, a gente toca a vida, sem aparecer muito no sindicato." A data-base de negocia��es � em maio.

O sindicato tem uma lanchonete, banheiros e uma quadra poliesportiva. �s vezes, o espa�o � usado pelo Movimento Passe Livre para as aulas p�blicas que eles d�o sobre catraca livre. Nos dois andares acima do pr�dio, h� salas administrativas e de aula, para cursos variados.

Perfil

A categoria � formada por pessoas com muito tempo de casa. "Tenho 27 anos de Metr�", diz, orgulhosa, uma agente da Esta��o S�o Bento, no centro, de 43 anos. Outros quatro metrovi�rios com quem o Estado conversou tamb�m tinham mais de 20 anos de casa. Mas o medo de aparecer no jornal - no meio de uma greve - fez com que todos pedissem para n�o ser identificados.

O receio de demiss�o existe apenas na greve. Os metrovi�rios s�o concursados p�blicos, que trabalham sob regime CLT. "N�o h� risco de demiss�o, o que � bom. Exceto se o cara apronta, falta muito", conta um agente de manuten��o, de 47 anos, que trabalha em Itaquera.

Fun��es

H� quatro fun��es b�sicas na empresa. A pior, dizem, � o agente de esta��o. � o faz-tudo: confere catracas, d� informa��es, ajuda nas opera��es para controlar as filas e, ainda, desce nos trilhos em caso de acidente. "E a gente n�o ganha adicional de periculosidade. Com a lota��o, somos quem mais sofre, porque lidamos com o p�blico", conta outra funcion�ria da S�o Bento.

Outra fun��o � a manuten��o, dos trens ou de pe�as, nas oficinas mec�nicas. Uma das atividades preferidas - que lotam os concursos internos - � a de condutor. "Na Norte-Sul (Linha 1-Azul), a gente faz quatro viagens por dia. Uma hora e meia cada uma, com uns 15 minutos de intervalo. Mas s�o muitas frotas diferentes, ent�o �s vezes � um trabalho tenso", diz uma condutora com seis meses de experi�ncia - que foi agente de esta��o por 20 anos.

H� ainda os seguran�as. "Voc� j� reparou que s�o todos fortes? Quando entram, n�o s�o assim. Mas come�am a malhar quando percebem o tranco", brinca a mesma condutora.

Para finalizar, h� o corpo administrativo da empresa - que inclui de engenheiros a operadores do Centro de Controle Operacional (CCO).

Os sal�rios variam muito de acordo com o cargo. O grosso do pessoal da manuten��o e da opera��o das esta��es ganha entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, segundo eles. "A carreira na manuten��o tem oito n�veis de sal�rios", diz um funcion�rio. Concursos definem as movimenta��es internas.

Muitos dos metrovi�rios trabalham na madrugada. S�o aqueles que abrem ou fecham as esta��es e parte do pessoal da manuten��o. "A gente tem de vir de carro quando entra muito cedo. Quem trabalha nos p�tios, se o hor�rio deixa, vem de metr� mesmo. A gente tamb�m enfrenta lota��o. Mas n�o pagamos passagem nem no metr� nem no trem da CPTM", afirma o agente da manuten��o.

Enquanto o pessoal da manuten��o e da administra��o trabalha em locais fixos, os seguran�as viajam pela rede, indo onde s�o necess�rios, parando tamb�m para ajudar nas filas nos hor�rios de pico. Os agentes ficam lotados sempre na mesma esta��o, mas a troca de ponto de trabalho tamb�m ocorre com frequ�ncia.

Fam�lias

� comum ainda, segundo um funcion�rio, haver pessoas de uma mesma fam�lia trabalhando juntas. "Pai condutor e filho na manuten��o, essas coisas. Mas n�o tem 'mamata'. S� entra por concurso. � que � um emprego est�vel", diz o mec�nico. "Mas isso era mais comum antigamente. Hoje, a lota��o assusta muita gente. Voc� pega uma esta��o como a S�o Joaquim. S�o milhares de pessoas l� todo dia. E ela tem oito funcion�rios por turno. Tenho duas filhas, N�o quero que elas sejam metrovi�rias", afirma uma das agentes da S�o Bento. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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