Parte do com�rcio fechar� no pr�ximo jogo do Maracan�

Rio, 16 - Palco de confrontos entre manifestantes e policiais na noite de domingo, 15, quando Argentina e B�snia se enfrentavam no Maracan�, o Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, na zona norte do Rio, amanheceu ainda com reflexos do protesto. Nas ag�ncias banc�rias depredadas, filas se acumulavam; garis trocavam as lixeiras arrancadas e comerciantes tomaram uma decis�o: n�o devem abrir as portas no pr�ximo jogo no Maracan�: Espanha X Chile, na quarta-feira, �s 16h.

A comerciante Jati de Assis, de 62 anos, estava com a m�e, Cecy, de 87, num restaurante na 28 de setembro quando a confus�o chegou � avenida de Vila Isabel. "O jogo estava no in�cio, eles (manifestantes) passaram correndo e os gar�ons fecharam o restaurante. Ficamos l� dentro uns 30 minutos, foi assustador", contou Jati, que decidiu ir embora com a m�e na hora do intervalo. "J� n�o havia mais clima. Sou doida pela Argentina, estava de camisa da sele��o e tudo, mas ficamos tensas", explicou.

Dona de um restaurante na esquina da 28 de setembro com rua Silva Pinto, Jati contou que ela e os outros comerciantes do Boulevard desistiram de abrir as portas na quarta, com a possibilidade de novos protestos no entorno do Maracan�. "Antes, o com�rcio fechava cedo por causa de confus�o no morro", disse ela, moradora de Vila Isabel h� 34 anos, lembrando-se dos dias tensos antes da pacifica��o do Morro dos Macacos, ocupado pela pol�cia desde 2010.

As vidra�as das fachadas das ag�ncias de Caixa, Ita� e Banco do Brasil foram as mais danificadas. Com as lojas temporariamente fechadas para que pudessem ser removidos os cacos de vidro, filas acumulavam-se nas entradas por volta das 11h, com clientes aguardando desde �s 9h30.

O protesto no entorno do Maracan� chegou a reunir cerca de 500 pessoas. Quando o grupo tentava chegar pr�ximo ao est�dio, na Avenida Maracan�, a PM lan�ou as primeiras bombas de efeito moral e teve in�cio a confus�o. Espalhados pelas ruas da Tijuca e de Vila Isabel, no entorno do est�dio, manifestantes entraram em confronto com os PMs: pr�ximo � rua S�o Francisco Xavier, um grupo arremessou coquet�is molotov contra os militares. A manifesta��o ficou marcada tamb�m pelo clima de hostilidade entre ativistas e moradores ou pessoas que assistiam ao jogo em bares. Por muitas vezes, manifestantes foram hostilizados - e pelo menos dois, agredidos, na 28 de setembro.