Dois promotores de Justi�a, acompanhados por funcion�rios da Secretaria Municipal de Habita��o, afirmam que foram proibidos ontem de fazer o cadastramento das fam�lias que participam da Ocupa��o Copa do Povo, em Itaquera, na zona leste da capital.
Segundo o Minist�rio P�blico, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), entidade respons�vel pela invas�o, vetou a entrada da comiss�o com o argumento de que n�o havia sido previamente avisado. O cadastramento � parte do processo de reintegra��o de posse em an�lise no �rg�o.
Diante de uma poss�vel ordem de despejo, Prefeitura e Promotoria s� podem providenciar inclus�o das fam�lias em programas de assist�ncia, como bolsa-aluguel, por exemplo, com a lista de ocupantes em m�os.
Em nota, a Promotoria de Justi�a de Habita��o e Urbanismo da capital afirmou que o "comportamento dos l�deres do MTST causou estranheza, uma vez que o cadastramento das fam�lias � um dos pressupostos para que elas possam ser contempladas com unidades habitacionais, ou seja, o cadastro viria em benef�cio dos pr�prios ocupantes da �rea".
Para os promotores Camila Mansour Magalh�es da Silveira e Marcus Vinicius Monteiro dos Santos, a negativa foi "despropositada" e surpreendente, uma vez que l�deres e advogados do movimento haviam demonstrado pressa e interesse no cadastramento.
"A resist�ncia dos l�deres da ocupa��o em permitir a identifica��o e a qualifica��o das fam�lias que ocupam a �rea s� serve para refor�ar a d�vida da Promotoria sobre o n�mero real de ocupantes divulgado pelo MTST", completa a nota.
Segundo a entidade, h� cerca de 3 mil fam�lias no local. Ontem, por�m, funcion�rios da Prefeitura relataram que viram, no m�ximo, cem pessoas no terreno durante a a��o surpresa, por volta das 10h. O MTST negou que tenha proibido promotores e funcion�rios municipais de realizar o cadastro. "S� pedimos um tempo para podermos convocar as fam�lias. Muitas pessoas estavam trabalhando, outras n�o tinham os documentos em m�os. Al�m disso, qualquer decis�o dentro do movimento � discutida, votada. Mas eles n�o quiseram esperar e foram embora", justificou Maria das Dores, uma das coordenadoras da Copa do Povo.
A entidade rebate as d�vidas relacionadas ao n�mero de fam�lias que ocupam a �rea. "Algu�m acha que � f�cil viver debaixo de uma lona? Muitas pessoas s� passam a noite aqui, at� porque n�o temos como trazer fog�es, m�veis e arm�rios. � tudo provis�rio, mas todas as noites fazemos assembleias com 3 mil, 4 mil pessoas", afirma Maria, que espera ser avisada da nova data.