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Estado de Minas

Adeus � intelectual Rose Muraro

L�der feminista, escritora e editora de livros, ela foi considerada a Mulher do S�culo e A Mulher do Ano por nove vezes. Corpo ser� velado hoje no Memorial do Carmo, no Caju


postado em 22/06/2014 07:00 / atualizado em 22/06/2014 09:14

(foto: Fábio Costa/jcom/D.A Press )
(foto: F�bio Costa/jcom/D.A Press )

Rio de Janeiro – Uma das maiores representantes do movimento feminista no Brasil, Rose Marie Muraro morreu, na manh� de ontem, aos 83 anos, em consequ�ncia de problemas respirat�rios. Ela tinha c�ncer na medula �ssea h� cerca de 10 anos e, desde o dia 12, estava no CTI. O vel�rio come�a �s 8h, no Memorial do Carmo, no Caju, e a crema��o est� marcada para as 16h.

Rose Marie estudou F�sica, foi escritora e editora de livros. Foi respons�vel por publica��es pol�micas e contestadoras. Nos anos 1970 e 80, foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil. Na Editora Vozes, ela trabalhou com o intelectual Leonardo Boff durante 17 anos, e das ideias dos dois nasceram alguns dos movimentos sociais mais importantes do Brasil no s�culo 20: o movimento de emancipa��o das mulheres e a teologia da liberta��o. Nos anos 80, quando a Igreja adotou uma postura mais conservadora, passou a ser perseguida pelos ideais. Em 1986, ela e Boff chegaram a ser expulsos da Vozes, por ordem do Vaticano. Motivo: a defesa da teologia da liberta��o, no caso de Boff e a publica��o, por Rose, do livro Por uma er�tica crist�.

Rose Marie Muraro foi eleita, por nove vezes, A Mulher do Ano. Em 1990 e 1999, recebeu, da revista Desfile, o t�tulo de Mulher do S�culo. E da Uni�o Brasileira de Escritores, o de Intelectual do Ano, em 1994. O trabalho de Rose, como editora, foi um marco na hist�ria da resist�ncia ao regime militar. Devido a este trabalho, recebeu, do Senado Federal, o Pr�mio Teot�nio Vilela, em comemora��o aos 20 anos da anistia no Brasil.

Um aspecto curioso sobre a vida da escritora � que ela nasceu praticamente cega, mas sua personalidade singular deu-lhe for�a e determina��o suficientes para tornar-se uma das mais brilhantes intelectuais de nosso tempo. Somente aos 66 anos, conseguiu recuperar a vis�o, por meio de cirurgia, quando ent�o viu seu rosto pela primeira vez: “Sei hoje que sou uma mulher muito bonita”, dissera na �poca. Sua autobiografia, Mem�rias de uma mulher imposs�vel, est� entre as tr�s �nicas autobiografias de mulheres da hist�ria do Brasil. Ela deixa cinco filhos e 12 netos, frutos de um casamento de 23 anos.

BIOGRAFIA
De uma das mais ricas fam�lias do Brasil nos anos 1930/40, aos 15 anos, com a morte repentina do pai e consequentes lutas pela heran�a, rejeitou sua origem e dedicou o resto da vida � constru��o de um novo mundo: “mais justo, mais livre”. Nessa mesma �poca, conheceu o ent�o padre Helder C�mara e se tornou membro de sua equipe. Os movimentos sociais criados por ele nos anos 40 tomaram o Brasil inteiro na d�cada seguinte. Nos anos 60, o golpe militar teve como alvo n�o s� os comunistas, mas tamb�m os crist�os de esquerda.

Foi palestrante nas universidades de Harvard e Cornell, entre tantas outras institui��es de ensino americanas, num total de 40. Editou, at� o ano 2000, o selo Rosa dos Tempos, da Editora Record. Ganhou o Pr�mio Bertha Lutz (2008), e principalmente, pela Lei 11.261 de 30/12/2005 passada pelo Congresso Nacional foi nomeada Patrona do Feminismo Brasileiro.


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