S�o Paulo, 25 - A libera��o emergencial de mais �gua do Sistema Cantareira para o interior evitou que Campinas - com mais de 1 milh�o de habitantes - tivesse de entrar em racionamento a partir desta semana.
A Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp) foi obrigada, desde o domingo, a aumentar em 30% o volume de �gua que as represas do sistema deixam correr rio abaixo para suprir uma queda abrupta registrada no n�vel do Atibaia - manancial que abastece 95% de Campinas. A medida agrava o cen�rio de escassez h�drica na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo - onde 47% usam o Cantareira. Nesta ter�a-feira, 24, os reservat�rios atingiram 21,7% da capacidade (somando o "volume morto").
A queda repentina do n�vel do Rio Atibaia come�ou a ser verificada na sexta, quando a vaz�o m�dia era de 5,25 mil litros de �gua por segundo, volume suficiente para abastecer Campinas, que usa 3,7 mil litros de �gua por segundo. No s�bado, a vaz�o caiu para 4,6 mil litros por segundo e chegou nesta ter�a a 4,1 mil litros por segundo. Abaixo disso, a cidade n�o teria op��o, a n�o ser iniciar o rod�zio.
No fim de semana, a Ag�ncia Nacional de �gua (ANA) e o Departamento de �guas e Energia El�trica (DAEE), em uma resolu��o conjunta, atenderam pedido da Sanasa e determinaram que no domingo o volume de �gua que o Cantareira manda para o interior paulista subisse de 3 mil litros por segundo para 4 mil litros por segundo.
O adicional evita o racionamento em Campinas no momento, mas n�o afasta riscos de racionamento futuro. Ontem, a vaz�o do Atibaia continuava baixa porque o volume a mais liberado s� chegar� ao ponto de capta��o da Sanasa hoje. A libera��o extra � emergencial, n�o tem prazo de validade e deve ser revista, assim que acabar o risco de desabastecimento.
Em Campinas choveu no m�s de maio quase um ter�o da m�dia esperado para o m�s. Em junho, choveu 8,9 mil�metros de �gua, quando a m�dia prevista para o m�s todo era de 47,2mm.
O DAEE e a Sanasa come�aram a investigar a queda de �gua no Atibaia. A Sanasa, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o problema havia sido registrado em outros momentos neste ano. A empresa ressaltou que, juntamente com o DAEE, vai tentar identificar poss�veis capta��es clandestinas no sistema e em seus afluentes, que pode ser feita por ind�strias ou agricultores. Um sobrevoo de helic�ptero ser� realizado para ajudar nessa busca.
Uso alternado
Prevendo um agravamento da crise no Cantareira durante o pico da estiagem (entre julho e setembro), o Cons�rcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundia� (PCJ) - entidade que representa empresas e prefeituras usu�rias da �gua - vai apresentar uma proposta nesta quarta-feira, 25, de acordo para uso alternado da �gua.
Pela proposta, que ser� discutida em reuni�es na Refinaria Replan, em Paul�nia, e nesta quinta-feira, em Americana, cada setor usaria �gua por um per�odo determinado do dia, sem ocorrerem retiradas simult�neas. A medida tem de ser aceita pelas empresas e agricultores e ser aprovada pelos �rg�os gestores do sistema.
O diretor do Departamento de Hidrologia da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ant�nio Carlos Zuffo, apresentar� no encontro uma simula��o em que mostrar� que, a partir da pr�xima semana, o Cantareira ter� zerado seu volume �til - passando a depender exclusivamente do volume morto.
Em cem dias, segundo seus c�lculos, essa �gua do fundo das represas secar�, caso a queda di�ria permane�a como est� hoje. "Se considerarmos o sistema do Cantareira sem o 'volume morto', ele deve zerar entre os dias 6 e 8. No n�vel de queda que tem sido registrado, de 0,18 (mil litros de �gua por segundo), em cem dias, essa �gua extra tamb�m poder� acabar", afirmou Zuffo.
Na pior seca j� registrada em S�o Paulo, c�lculo do Cons�rcio do PCJ indica que desde o in�cio do ano choveu 300mm a menos do que a m�dia hist�rica esperada para o per�odo.
Sem risco
A Sabesp informou que cumpre determina��es da ANA e do DAEE e a �gua do "volume morto", mais as medidas adotadas de incentivo ao uso racional e redistribui��o dos recursos dos demais sistemas ser�o suficientes para a demanda. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.