O atendimento aos pacientes de urg�ncia e emerg�ncia do Sistema �nico de Sa�de (SUS) est� � beira de um colapso em S�o Jos� do Rio Preto (SP), munic�pio considerado refer�ncia nacional em atendimento de sa�de. O alerta foi feito pelos dois �nicos hospitais - Santa Casa e o Hospital de Base (HB) - que prestam esse tipo de atendimento no munic�pio. Os hospitais, que j� estavam superlotados, sem leitos suficientes, tiveram um aumento de 40% na demanda de novos pacientes com o fechamento do hospital do Instituto Esp�rita Nosso Lar (Ielar), na �ltima sexta-feira, 27.
Nos dois �ltimos dias, a Santa Casa e o HB, que tamb�m atendem a popula��o das cidades da regi�o, transformaram seus corredores em verdadeiros quartos improvisados, com a coloca��o de dezenas de macas para atendimento aos novos doentes. No HB, o corredor do andar t�rreo e at� a sala de recep��o ao p�blico - onde cadeiras servem agora de acomoda��o para acompanhantes dormirem - foram transformados em alas de emerg�ncia, ocupadas por 60 macas. Os atendimentos de enfermeiros e m�dicos s�o feitos no pr�prio corredor, ao lado de acompanhantes e outros profissionais que transitam pelo local. Com a superlota��o, doentes e acompanhantes dormem na sala de espera e no corredor e usam banheiros dos quartos ocupados por outros pacientes.
Segundo a assessoria do HB, na manh� desta quarta-feira, 124 pacientes foram atendidos no setor de pronto-atendimento - geralmente entre 70 e 90 pacientes s�o atendidos por dia -, sem contar um aumento de 100% no n�mero de pacientes que aguardavam vagas em UTI e 30% dos que esperavam interna��o. De acordo com o hospital, 33 pacientes ficaram 'internados' em macas � espera de libera��o de vagas em leitos. A situa��o levou a dire��o do HB a fazer um boletim de ocorr�ncia na pol�cia para se preservar de poss�veis omiss�es que podem ocorrer nos pr�ximos dias, quando o hospital poder� n�o ter mais condi��es de atender a toda a demanda.
Segundo o diretor administrativo do hospital, Jorge Fares, o HB j� sente falta de leitos e coloca macas para atender o excesso, mas o problema agora � que n�o tem onde colocar mais macas. Segundo ele, o hospital poder� bloquear a entrada de pacientes do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu). "A dire��o entende que n�o podemos deixar que os pacientes morram dentro do hospital. Estamos � beira do colapso no atendimento, n�o temos mais onde colocar os doentes", afirmou. Segundo Fares, "o hospital recebe de 40% a 45% dos pacientes da cidade e outros, vindos de outros 101 munic�pios. Com eles deixando aqui os pacientes que eram atendidos no Ielar, chegamos no limite", afirmou.
Na Santa Casa de Rio Preto, a situa��o � semelhante. De acordo com o provedor, Nadim Cury, o hospital dobrou os atendimentos no setor de obstetr�cia e teve de contratar m�dicos, enfermeiros e t�cnicos para dar conta do atendimento. Na ter�a-feira, 1, o hospital teve aumento de 40% na demanda, atendendo 130 novos pacientes. "Colocamos macas nos corredores, que at� o final de semana dever�o ser levadas a uma sala de observa��o para abrigar esta nova demanda", afirmou Cury. De acordo com Cury, a transfer�ncia para quartos s� deve ocorrer at� o final do ano, quando nova ala, em constru��o, ficar� pronta. "Mas se houver aumento de procura da urg�ncia e emerg�ncia, n�o teremos mais condi��es de atender. Estamos no limite", afirmou.
O Ielar alegou n�o ter condi��es financeiras para manter o hospital em funcionamento. A prefeitura cobra do hospital uma suposta d�vida de R$ 8,8 milh�es de repasses do SUS, cujas contas n�o teriam sido prestadas. O hospital alega que n�o deve � prefeitura e que os recursos foram repassados a fundo perdido como complementa��o dos servi�os que ele prestava ao munic�pio. Uma nova reuni�o estava marcada para o final da tarde desta quarta, quando representantes da prefeitura e do hospital tentariam um acordo.