Depois de iniciar em junho a pol�mica retirada do volume morto do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp) estuda agora repetir a estrat�gia no Sistema Alto Tiet�, o segundo maior da Grande S�o Paulo. Gra�as a uma s�rie de medidas anticrise, incluindo a utiliza��o do fundo do manancial, o Cantareira ganhou sobrevida de 70 dias em sua capta��o.
H� um m�s, o n�vel do manancial que abastece 4 milh�es de pessoas na parte leste da Regi�o Metropolitana era de 29,3%. No mesmo per�odo, o Cantareira tamb�m perdeu 5 pontos porcentuais, atingindo ontem 18,6% da capacidade. Com estoque m�ximo de 520 bilh�es de litros, contudo, o Alto Tiet� tem pouco mais da metade da capacidade total do Cantareira, de 982 bilh�es de litros.
A crise no Alto Tiet� se intensificou em fevereiro, logo ap�s a Sabesp come�ar a remanejar cerca de 1 mil litros por segundo de �gua de suas represas para bairros da capital que eram atendidos pelo Cantareira. Proje��es feitas por integrantes do Comit� da Bacia do Alto Tiet� apontam que o volume �til do manancial pode acabar em cerca de quatro meses.
Questionado em junho sobre a crise h�drica no segundo principal sistema, que produz at� 15 mil litros por segundo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que n�o haveria “problemas no Alto Tiet�”. Ontem, em nota, a Sabesp informou apenas que “est� executando estudos para o poss�vel aproveitamento da reserva t�cnica do Sistema Alto Tiet�” em caso de “necessidade”.
Cantareira
Al�m do volume morto do Alto Tiet�, a Sabesp admitiu ontem que estuda tamb�m utilizar uma segunda cota da reserva profunda do Cantareira. Desde anteontem, quando o volume �til do sistema se esgotou, a companhia passou a utilizar apenas os 182,5 bilh�es de litros represados abaixo do n�vel das comportas. Estimativas feitas pela empresa apontam que a reserva deve durar at� outubro ou novembro.
No in�cio da semana, contudo, Alckmin havia negado a possibilidade de usar mais uma cota do volume morto, que tem cerca de 400 bilh�es de litros. “Ainda h� uma reserva de 218 milh�es de metros c�bicos (bilh�es de litros) que n�o pretendemos destacar”, disse o tucano na segunda-feira.
Segundo o Estado apurou, a Sabesp j� sinalizou aos �rg�os gestores do manancial, Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) e Departamento de �gua e Energia El�trica (DAEE), que pretende captar mais 100 bilh�es de litros da reserva profunda, inten��o que ainda encontra resist�ncia da ag�ncia federal. De acordo com a Sabesp, a medida est� em estudo.
A empresa afirma que tem feito todos os esfor�os para reduzir a retirada de �gua do Cantareira, j� s�o 33% a menos, sem precisar adotar o racionamento generalizado na Grande S�o Paulo. Segundo a Sabesp, a revers�o de �gua de outros sistemas, a redu��o da press�o na rede � noite e o programa de b�nus deram uma sobrevida de 70 dias ao Cantareira. Ou seja, de acordo com a concession�rias, se essas medidas n�o tivessem sido tomadas, o volume �til do manancial, que se esgotou anteontem, teria acabado no in�cio de maio.