Depois de um m�s em que S�o Paulo foi tomada por cores e l�nguas de diferentes na��es, torcedores puxaram papo, abra�aram e tiraram fotos com estranhos, rostos foram pintados e quase tudo era motivo de festa, os paulistanos j� sentem saudade da Copa. Apesar da elimina��o da sele��o brasileira e do �ltimo jogo na cidade ter acontecido na quarta-feira, � a partir de amanh� que a rotina vai ser retomada de vez e a atmosfera do Mundial deve ir embora na mala dos turistas.
"Passou muito r�pido, e esse foi um m�s de muitas risadas. Eu pude conhecer gente at� de Malta, um pa�s que mal tinha ouvido falar", disse j� nost�lgico o gar�om Leandro Nascimento, de 32 anos, que trabalha em um box do Mercad�o, no centro da cidade - um dos pontos tur�sticos mais visitados pelos estrangeiros durante a Copa.
Ele conta que houve fatos curiosos durante o Mundial como um grupo de austr�acos que queriam porque queriam levar de recorda��o canudinhos verdes e amarelos. "Nossa, na hora foi muito inesperado e engra�ado eles buscando esses canudos", ria Nascimento.
O vendedor de frutas Marcus Vinicius, de 21 anos, disse que a festa vai deixar saudades, mas n�o as vendas. "Eles queriam tirar mais foto do que comprar. E eu brincava dizendo: 'Ei, gringo, a foto � R$ 5'", conta o vendedor.
A 15 minutos dali, na Esta��o da Luz, de onde partiam os trens expressos que levavam os torcedores ao Itaquer�o, o cen�rio durante a Copa foi bem diferente do habitual. Funcion�rios e passageiros da CPTM conviveram com fantasias, cantorias e muita anima��o, principalmente, nos dias de jogos.
"Estou com medo da segunda-feira", brincou o seguran�a Alexandre William Magalh�es, de 40 anos, enquanto filmava centenas de holandeses que cantavam e dan�avam na frente da esta��o na quarta-feira passada. "Vamos sentir falta dessa euforia", disse Magalh�es que, mesmo trabalhando, n�o hesitou em tirar uma selfie com o mar laranja de torcedores.
"Essa anima��o do povo brasileiro vai fazer falta, assim como as churrascarias", tamb�m brinca o turista holand�s Dennis Ensing, de 24 anos. Ele fez parte do mar de estrangeiros que lotou as plataformas da Luz a caminho do est�dio e trouxe euforia para o trajeto entre o centro e Itaquera, na zona leste.
E � justamente dessa euforia que o maquinista da CPTM Johnnatan Miranda, de 23 anos, vai sentir mais falta de agora em diante. Ele conduziu alguns trens do Expresso Copa e disse que a vibra��o dos torcedores foi contagiante. "Os trens estavam cheios de pessoas fantasiadas, pulando e cantando. Agora voltam os passageiros estressados, correndo para pegar o trem para o trabalho", lamenta o maquinista.
A professora Ana Carla Schmatz, de 34 anos, que passa na esta��o todos os dias, j� estranhou o movimento calmo de anteontem. "Acho que vai demorar at� que a gente se acostume em n�o estar mais recebendo um evento para o qual os olhos do mundo inteiro se voltaram", disse ela. No Shopping Metr� Itaquera, que ficou lotado de turistas nos dias de jogos, a gerente de um quiosque de fotos tamb�m temia a volta da rotina.
"Foram dias muito animados e vamos sentir bastante falta dessa movimenta��o. Toda hora o pessoal vinha conversar e tirar foto. Foi uma troca de cultura bem bacana", disse Daiane Oliveira, de 19 anos. Inesquec�vel. Marcio Morais, de 38 anos, foi a todos os jogos que aconteceram no Itaquer�o, mas n�o assistiu a nenhuma partida sequer. Ele trabalhou como "steward", profissional que faz a seguran�a interna dos est�dios. De costas para o campo, mas atento a cada movimento dos torcedores, Morais mantinha a cal�a preta, o coturno e o colete alaranjado, independente da cor da torcida que lotava as arquibancadas.
"Eu conseguia sentir a vibra��o das pessoas de muito perto", disse o seguran�a. "Al�m do momento do gol, tinha o 'quase gol' que tamb�m era muito emocionante." Nesta semana, ele deve voltar a trabalhar em shoppings, hospitais e bancos, onde costuma ser alocado. "Nunca tinha imaginado trabalhar em uma Copa do Mundo. Este evento certamente vai deixar muita saudade." Amanh�, a rotina da cidade, assim como a de Morais, vai ser retomada, mas n�o h� como esquecer a atmosfera de festa e confraterniza��o que contagiou turistas e paulistanos no m�s do Mundial.