(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Copa deixa legado de infraestrutura menor e mais caro


postado em 14/07/2014 08:49 / atualizado em 14/07/2014 09:30

Embora todos os aeroportos não estivessem prontos durante a Copa, as obras não atrapalharam a chegada dos torcedores (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Embora todos os aeroportos n�o estivessem prontos durante a Copa, as obras n�o atrapalharam a chegada dos torcedores (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
 

A Copa do Mundo deixa um legado de infraestrutura para o Brasil muito menor do que o prometido quatro anos atr�s - e a um custo mais alto. Em 2010, o governo anunciou que o evento atrairia investimentos de R$ 23,5 bilh�es em 83 projetos de mobilidade urbana, est�dios, aeroportos e portos. Parte das obras ficou no caminho e s� 71 projetos foram mantidos na lista.

Nas 12 cidades-sede, as obras entregues para a Copa e as inacabadas somam R$ 29,2 bilh�es - mesmo tendo sido substitu�dos em v�rias cidades projetos mais ambiciosos, como trens e monotrilhos, por modestos corredores de �nibus. Ou seja, o Pa�s gastou mais para fazer menos e com menor qualidade.

Em setembro de 2013, o Minist�rio dos Esportes apresentou sua �ltima consolida��o das obras da chamada Matriz de Responsabilidade da Copa, j� com a exclus�o dos projetos prometidos em 2010 e abandonados. Os 71 projetos confirmados somavam ent�o R$ 22,9 bilh�es. Esse resultado significava que os governos federal, estaduais e municipais e a iniciativa privada gastariam 3% a menos do que o previsto em 2010 para fazer 15% a menos em n�mero de obras. Os investimentos estavam distribu�dos assim: 50,5% para o governo federal, 33,1% para os Estados e munic�pios e 16,4% para o setor privado. Entretanto, a reportagem do Estado constatou que o gasto total, hoje, � ainda maior: R$ 29,2 bilh�es, ou 27% a mais do que o anunciado h� quatro anos.

A constru��o dos est�dios foi prioridade, seguida dos aeroportos. Mas na mobilidade urbana, o principal legado da Copa para os moradores das grandes cidades, o resultado foi sofr�vel. De 50 projetos, apenas 32 foram mantidos, o que quer dizer que um em cada dois foi abandonado. De acordo com a matriz consolidada em setembro pelo Minist�rio do Esporte, o Pa�s investiria R$ 7 bilh�es em mobilidade urbana para receber a Copa, R$ 4,47 bilh�es a menos do que o previsto em 2010.

Inacabadas

Al�m disso, boa parte das obras n�o foi entregue a tempo para o Mundial. O levantamento do Estado nas 12 cidades-sede mostra que 74 obras de mobilidade urbana foram entregues e 46 permanecem inacabadas. O n�mero de obras � maior do que o da lista de projetos do minist�rio porque as prefeituras e governos estaduais, que s�o as fontes dessa informa��o, costumam fatiar projetos em v�rias obras.

Os projetos de constru��o do VLT de Bras�lia e de Manaus, por exemplo, ficaram s� no papel. J� o monotrilho de Cuiab� ser� entregue no segundo semestre de 2015. Em S�o Paulo, o Expresso Aeroporto, trem que ligaria o centro da cidade a Cumbica, foi cancelado em 2012. E o monotrilho do Morumbi ainda est� em constru��o.

O abandono e a n�o conclus�o das obras s� n�o tiveram um impacto maior porque a maioria das cidades decretou feriado ou ponto facultativo para o funcionalismo, al�m de as f�rias escolares de julho terem sido antecipadas. Em uma cidade como S�o Paulo, isso equivale a trocar o deslocamento de seus 10 milh�es de moradores pelo de 64 mil torcedores indo para o Itaquer�o e outras 30 mil ou 40 mil pessoas concentrando-se na Fun Fest e bares ao redor no centro da cidade, bem como na Vila Madalena, na zona oeste.

O �nico segmento que n�o sofreu baixas foram os est�dios. Todos os projetos previstos sa�ram do papel e custaram R$ 8 bilh�es ao Pa�s - 98% em recursos p�blicos-, montante 50% acima do previsto em 2010. Mal ou bem, ainda que com parte das arquibancadas provis�ria, como no Itaquer�o, eles ficaram prontos para a Copa, acalmando a Fifa.

Em S�o Paulo, o projeto original previa a reforma do Morumbi, que custaria R$ 240 milh�es e mais R$ 315 milh�es em obras do entorno. Com a substitui��o da obra pela constru��o do est�dio do Itaquera e investimentos no seu entorno, o custo saltou para R$ 1,37 bilh�o.

No caso dos aeroportos, o desempenho foi mediano - alguns ficaram prontos, outros, n�o, mas isso n�o comprometeu o embarque e desembarque dos torcedores. Obras previstas em aeroportos como Viracopos, Confins, Fortaleza e Salvador n�o foram conclu�das antes do Mundial. "A reforma dos aeroportos era uma necessidade, independente da Copa", analisa Carlos Ebner, diretor-geral da Associa��o Internacional de Transporte A�reo (Iata) no Brasil. "Mas a Copa era uma motiva��o para dar um salto de infraestrutura e deixar um legado ao Pa�s. Mas nem tudo foi feito e queremos que as obras continuem ap�s a Copa."

Segundo ele, o caos n�o ocorreu porque o setor se organizou em uma opera��o especial e compensou os entraves de infraestrutura. Foi o que aconteceu tamb�m com o transporte urbano, beneficiado pelos feriados e linhas especiais de �nibus para os torcedores. Terminada a Copa, a vida volta ao normal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)