
Respons�vel por 10 inqu�ritos gerados a partir dos atos de vandalismo nos dias 12 e 14 do m�s passado, em Belo Horizonte, a delegada Gislaine de Oliveira Rios disse n�o ter encontrado nenhum ind�cio da participa��o de Sininho na viol�ncia registrada no entorno da Pra�a da Liberdade, Regi�o Centro-Sul da capital, em 12 de junho, nem nos fatos que chegaram at� a pol�cia em 14 de junho, quando manifestantes foram cercados pela Pol�cia Militar na Pra�a Sete. Da mesma forma respondeu, via assessoria de imprensa, o delegado Hugo e Silva, que participa da for�a-tarefa montada pela Pol�cia Civil de BH para apurar a viol�ncia no meio das manifesta��es.
O promotor Marcelo Mattar, coordenador das promotorias criminais do Minist�rio P�blico de Minas Gerais, afirmou que o MP tamb�m desconhece esse tipo de rela��o. Segundo a assessoria de imprensa do MP do Rio de Janeiro, o promotor Lu�s Ot�vio Figueira Lopes, da 26ª Promotoria de Investiga��o, informou que a liga��o de ativistas do Rio com manifestantes de outras capitais (BH, S�o Paulo e Porto Alegre) n�o foi investigada profundamente. A reportagem procurou ainda a Pol�cia Civil do Rio, que n�o quis dar declara��es. “Dos 10 inqu�ritos, tr�s j� foram relatados, com quatro pessoas indiciadas. Ainda estamos trabalhando em outros sete”, diz a delegada Gislaine de Oliveira.
A pernambucana Patr�cia Dantas Dias, presa em flagrante ap�s ter participado da depreda��o de uma viatura da Pol�cia Civil na sede do Departamento de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran-MG) em 12 de junho, foi indiciada por dano ao patrim�nio e de associa��o para o crime. Ela responde ao processo em liberdade e est� sendo monitorada pela Justi�a com uma tornozeleira eletr�nica. Karine K�nia Soares da Silva Melo e Fernando Senhorinha Rinaldi tamb�m v�o responder por dano ao patrim�nio e associa��o para o crime, al�m de corrup��o de menores, j� que eles agiram em companhia de adolescentes, na Pra�a Raul Soares, em 14 de junho, quando tentaram depredar um coletivo. Ambos est�o soltos, sendo que Karine usa tornozeleira. Preso no mesmo dia portando coquetel molotov, m�scara e touca ninja, Igor Daniel de Aguiar Borges foi indiciado por porte de artefato explosivo e � mais um que est� livre para se defender, mas tamb�m � vigiado pela tornozeleira.
Hierarquia r�gida
Relat�rio final do inqu�rito da Pol�cia Civil sobre atos de viol�ncia em manifesta��es na capital fluminense mostra que o grupo investigado tem uma hierarquia r�gida e organizada. H� comiss�es voltadas para o planejamento de ataques, confec��o e distribui��o de bombas, coquet�is molotov e ouri�os (pe�as feitas com peda�os de vergalh�es), que seriam lan�ados nas ruas para ferir PMs e furar os pneus das patrulhas. O documento do inqu�rito – que resultou na Opera��o Fire Wall – levou a Justi�a a decretar, na sexta-feira, a pris�o preventiva de 23 pessoas, sendo que cinco j� estavam presas, entre elas Sininho e os dois acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, F�bio Raposo Barbosa e Caio Silva Rangel, e 18 est�o foragidas (leia texto abaixo). No domingo, o Tribunal de Justi�a do Rio de Janeiro negou habeas corpus a todos os suspeitos.
De acordo com o documento, uma a��o de guerrilha, com uso de bombas de fragmenta��o, coquet�is molotov e ouri�os, estava sendo articulada para marcar a final da Copa do Mundo, em 13 de julho, no Maracan�. O ato vinha sendo preparado para marcar o “Junho negro”. O trabalho da pol�cia aponta Sininho como a principal articuladora do grupo, que teria � frente da comiss�o de organiza��o a professora universit�ria de filosofia Camila Jourdan, tamb�m presa. De acordo com conversas captadas, Camila participou da confec��o de coquet�is molotov e ouri�os. Num di�logo de 28 de junho passado, ela n�o esconde a revolta com o fato de PMs terem apreendido 178 ouri�os e 20 bombas escondidos numa bolsa na Pra�a Saens Pe�a, na Tijuca. O material seria usado num protesto naquela tarde. “Foram tr�s dias de trabalho jogados fora. Perdemos tudo, � isso?”, pergunta Camila ao interlocutor. (Com ag�ncias).
Uruguai nega asilo a advogada
O Consulado do Uruguai no Rio negou ontem o pedido de asilo pol�tico no pa�s feito pela advogada Elo�sa Samy e outros dois ativistas, Davi Paix�o e Camila Nascimento, segundo confirmou a deputada deputada Janira Rocha (PSOL). Eles chegaram pela manh� ao edif�cio, que fica em Botafogo, na Zona Sul, para aguardar uma resposta. Policiais da Delegacia de Repress�o aos Crimes de Inform�tica (DRCI) ficaram na porta da institui��o para cumprir um mandado de pris�o contra a advogada, mas deixaram o local por volta de 17h. Dois agentes chegaram a tentar entrar no pr�dio, mas foram impedidos pelas autoridades uruguaias. Do lado de fora, algumas pessoas protestaram em favor dos ativistas.
Segundo o advogado do Grupo Coletivo de Advogados, Rodrigo Mondego, eles fizeram o pedido de asilo por medo. Segundo Janira, a c�nsul Myrian Chala explicou que o governo uruguaio tem um tratado com o governo brasileiro, respeita o estado democr�tico de direito e n�o v� raz�o para um asilo pol�tico. A embaixada pediu que eles se retirassem. Segundo a deputada, eles chegaram a pedir um tempo enquanto aguardavam um poss�vel habeas corpus, mas a c�nsul explicou que n�o seria poss�vel, pois os funcion�rios estavam presos no pr�dio por causa dos ativistas.
No in�cio da noite, funcion�rios do consulado disseram que a advogada e o casal j� teriam sa�do do local, num carro com vidros fum�. Denunciada pelo Minist�rio P�blico, Elo�sa Samy � acusada de ter comandado atos violentos no Rio. Segundo o MP, ela se juntou ao grupo que organizava as depreda��es para dar assist�ncia jur�dica, mas acabou passando a participar ativamente das manifesta��es.