S�o Paulo, 26 - Embora negue a exist�ncia de racionamento nas cidades onde opera, a Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp) ampliou durante a crise de abastecimento no Estado os contratos para distribui��o emergencial de �gua pot�vel por caminh�o-pipa. S�o ao menos tr�s contrata��es, no total de R$ 2,45 milh�es, feitas desde fevereiro, para atender im�veis da Grande S�o Paulo e do interior em casos de cortes no fornecimento pela rede da concession�ria.
O contrato mais recente foi assinado h� dez dias, no valor de R$ 1,84 milh�o por um ano, para abastecimento emergencial de �gua na regi�o sul da capital paulista, que � predominantemente atendida pelo Sistema Guarapiranga. Embora n�o esteja com n�vel cr�tico de armazenamento, a represa tem socorrido bairros que eram abastecidos pelo Sistema Cantareira, como Brooklin, Jabaquara (zona sul) e Pinheiros (zona oeste). Segundo a Sabesp, s�o essas “manobras operacionais” na rede que provocam falta d’�gua em im�veis da regi�o, conforme o Estado relatou em abril.
Em fevereiro, logo ap�s anunciar publicamente a crise h�drica no Cantareira e lan�ar o programa de b�nus para estimular a popula��o a economizar �gua, a Sabesp j� havia contratado caminh�o-pipa por R$ 475 mil tamb�m na regi�o sul da Grande S�o Paulo. Os dois servi�os s�o executados pela Aguamar Transportes, que fornece para ind�strias, com�rcios e �rg�os p�blicos. Em abril, a companhia j� havia firmado contrato de R$ 144 mil para distribui��o terceirizada na regi�o de Jundia�, que � abastecida pelo Cantareira e tamb�m sofre com a estiagem hist�rica do principal manancial paulista.
Com o contrato em vigor desde o fim de outubro do ano passado para atender im�veis da regi�o oeste da Grande S�o Paulo, a Sabesp tem hoje ao menos R$ 5 milh�es em contrata��es para distribui��o emergencial de �gua nas �reas afetadas pela crise h�drica hist�rica. Segundo levantamento feito pelo Estado, os contratos feitos recentemente chegam a ser duas vezes mais caros do que os realizados nos anos anteriores.
Conforme a Sabesp, os contratos de caminh�es-pipa “s�o rotineiros para atender a situa��es de paradas programadas ou n�o e fazem parte do planejamento da companhia”. Como exemplo, a empresa informa que os ve�culos s�o acionados “quando h� queda de energia em uma regi�o, o que compromete o bombeamento da �gua e, portanto, o abastecimento em escolas, hospitais e creches”. E afirma que “n�o h� regi�o com falta d’�gua”.
Mananciais
Al�m dos caminh�es-pipa, a Sabesp tem recorrido ao volume morto do sistemas Cantareira, que enfrenta grave crise de seca, para manter o abastecimento sem ter de decretar racionamento oficial. Ontem (25), contudo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) desmentiu a companhia sobre a previs�o de uso do volume morto do Alto Tiet� j� a partir do pr�ximo m�s.
“N�s nem pretendemos usar. Nem em agosto nem em setembro nem outubro. Mas � preciso deixar tudo preparado”, disse Alckmin. No in�cio da semana, a Sabesp havia informado que, “caso seja necess�rio”, poderia retirar 10 bilh�es de litros da reserva profunda da Represa Biritiba-Mirim j� em agosto.
No m�s passado, foi Alckmin quem negou a possibilidade de usar mais uma cota do volume morto do Cantareira, que j� opera apenas com a reserva profunda. Logo depois, a Sabesp pediu aos �rg�os reguladores autoriza��o para captar cerca de 100 bilh�es de litros adicionais.