Com um ter�o nas m�os e ainda assustada com o que tinha presenciado, a psic�loga Maria Ester Petimatti contou que estava em sua casa quando um forte estrondo fez tudo ao redor tremer. "Os lustres balan�aram, alguma coisa caiu, fazendo muito barulho. Me assustei demais", afirmou na quarta-feira, 13, momentos depois do acidente, pr�ximo de sua casa, no bairro do Boqueir�o, em Santos.
Sua primeira rea��o foi se abaixar. Neste momento, afirmou, a porta da casa voou em sua dire��o, arrancada pelo impacto da explos�o do avi�o. "Se estivesse em p�, teria morrido."
A casa onde a psic�loga vive com o pai foi uma das mais danificadas pelo acidente - no total, ao menos 13 im�veis foram atingidos pelos destro�os.
"N�o vi nada, n�o ouvi barulho de turbina, avi�o caindo, nada. S� depois entendi o que tinha acontecido", disse Maria. Ela foi impedida de voltar para casa durante os trabalhos dos peritos, que duraram toda a quarta-feira e n�o tinham hor�rio para terminar. "Muita gente veio aqui oferecer ajuda, lugar para ficar, tomar banho, comer. Ainda vamos ver como v�o ficar as coisas. Mas estamos bem."
Interdi��o
Segundo o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), seis im�veis vizinhos do acidente, os mais atingidos pelos destro�os, continuar�o interditados pela Defesa Civil. Cerca de 50 moradores deveriam passar a noite fora, para que o trabalho da per�cia no local n�o fosse prejudicado.
A funcion�ria p�blica Fl�via Capp, de 49 anos, estava em casa, na Rua Alexandre Herculano, quando ouviu forte barulho e olhou para o c�u. "Parecia que o avi�o estava fazendo uma curva. Mas, de repente, caiu", contou ela.
Fl�via especula se o avi�o estava com problemas e teria procurado a praia para tentar aterrissar. "Quando liguei para contar para o meu filho, que trabalha no centro, ele disse que o avi�o tinha passado por l� tamb�m, bem baixo", afirmou. "Como ele vinha do outro lado da cidade, acho que o piloto estava tentando pousar na praia."
A funcion�ria p�blica descreveu o impacto como a "explos�o de um m�ssil". Conta que, depois, uma onda de impacto pressionou vidros por toda a rua. "Tem fuligem e peda�o de coisa queimada no meio do meu quintal. Foi uma explos�o muito forte. S� isso nos teria deixado em choque. S� bem depois � que disseram quem estava dentro", disse.
Funcion�rios de uma escola pr�xima do local da queda do avi�o tamb�m relataram um grande estrondo ap�s o acidente. A cozinheira Roseli Andr�ia de Lima contou que teve de tomar um calmante para se controlar. Logo depois da trag�dia, as funcion�rias da escola avisaram os pais das crian�as sobre a ocorr�ncia e pediram para que fossem buscar seus filhos, porque ainda havia o risco de eventuais explos�es.