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Estado de Minas

Pernambucanos tratam morte de Campos como se fosse a de um parente querido

A morte do ex-governador Eduardo Campos tem sido vivenciada com intensidade por cidad�os da capital e sert�o pernambucano


postado em 16/08/2014 15:43

(foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press )
(foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press )
 

O luto sofrido por Pernambuco � uma esp�cie de luto familiar. Nas ruas da Capital Recife ou no Sert�o do munic�pio de Petrolina, a frase comum ouvida para traduzir a dor do momento � esta: "Parece que foi um parente meu". A morte do ex-governador Eduardo Campos tem sido vivenciada com intensidade por cidad�os que s� o viam pelas televis�es e pelos jornais. A perda aquebrantou gente de todas as classes sociais, econ�micas e et�rias. Pessoas relevam sintomas de ins�nia, des�nimo para o trabalho, ang�stia, tristeza. "� uma dor igual � que senti quando perdi minha filha Etiene em um acidade de carro, no dia 4 de setembro de 1985, quando ela tinha 22 anos de idade", confidenciou o capit�o reformado do Ex�rcito Edvaldo Pereira de Oliveira, 80 anos. "� como se eu tivesse revivendo aquele momento", comparou.

S�o muitos os que fazem confid�ncias �ntimas e que d�o justificativas para os mais pr�ximos sobre suas o turbilh�o de pensamentos que lhes tomam desde a quarta-feira, dia do desastre do avi�o que explodiu e vitimou Eduardo Campos e outras seis pessoas. "A figura paterna para mim � uma lacuna. Eduardo n�o poderia ser meu pai pela idade que ele tinha. Mas eu enxergava ele como um irm�o mais velho", disse a secret�ria Patr�cia Montenegro, 41 anos, que traz consigo o exemplo da "coragem" de Eduardo. "O que ou�o hoje na cidade � um sil�ncio de doer os ouvidos", afirmou Patr�cia, que trabalha na Compesa (Companhia de Abastecimento). Patr�cia fala como esposa e m�e e conta que a todo momento pensa na fam�lia que ele deixou - a mulher Renata e seus cinco filhos. Mal dormiu nas �ltimas noites.

Matheus Alves, um estudante universit�rio de 18 anos, se p�e no lugar dos filhos: "N�o tive um pai presente, ent�o entendo como ser� dif�cil. Ser� dolorido. Fiquei comovido mais por isso, pelo fato de ele ser pai de cinco filhos e deixar a mulher sozinha para cuidar deles", argumentou Matheus, que junto a outras duas dezenas de amigos vestiu preto ontem em homenagem a Eduardo, "o homem, o ser humano" - como classificou. Matheus, que tem cinco irm�os, n�o sentiu vontade de fazer qualquer postagem ou homenagem virtual desde a trag�dia, mas atendeu ao chamado do colega V�tor Nascimento. V�tor pediu, por meio de um grupo de amigos que conversa pelo celular, que todos vestissem preto ou branco, como preferissem, para ir �s aulas na turma do 1º per�odo do curso de Jornalismo da Unicap e deixar p�blico o sentimento de luto pela morte do ex-governador. A aula de ontem foi no cinema da Fundaj, no Derby.

O capit�o Edvaldo, pai que comparou a dor da morte de Eduardo � morte da filha Etiene, tamb�m ajustou sua rotina nos �ltimos dias. Mandou cancelar festividades familiares e passou a dormir tarde ("Quando consegue") para acompanhar o notici�rio sobre a trag�dia do avi�o de Eduardo Campos. "Me arrasei", contou ele, que caiu aos prantos na sala de televis�o da Associa��o dos Militares da Reserva, Reformados e Pensionistas (Asmir)."N�o importa se o governador me conhece ou n�o me conhece. Acho ele um grande homem. Tem meu respeito", declarou, sem perceber que estava usando o verbo no presente - como se Eduardo ainda estivesse vivo. "N�o est� f�cil sentir essa dor".

A fase do luto coletivo vivido no estado gerido por Eduardo Campos por sete anos e quatro meses e do qual ele pretendia al�ar a presid�ncia da Rep�blica � a da nega��o. No elevador do Edif�cio Orion, no bairro da Jaqueira, uma senhora de cabelos brancos conversava com uma adolescente: "Ainda n�o acredito". Diante de uma bandeira preta, estendida num hotel da Rua Aurora, outra mulher dizia o mesmo. Em v�cuos de di�logos, havia quem se perguntasse se a not�cia reverberada no Brasil (e fora dele) era verdadeira. Pernambuco ainda est� no in�cio da elabora��o do luto de Eduardo, cujos restos mortais devem chegar neste s�bado no Pal�cio do Campo das Princesas.


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